Papai, sonhei com um galo! Ele era grande, vermelho e estava lá no quintal!
Estávamos apreciando o café da manhã quando a menina chegou perto da mesa, com aquela frase, ao invés de bom dia, e o pai de saída para trabalhar.
Na hora do almoço, meu pai estava na Av. Ipiranga quando um vendedor de bilhetes de loteria chegou perto dele e anunciou: “Hoje vai dar o galo!”. Viu que a estampa do bilhete era um galo, grande e vermelho.
Nunca comprava nada, mas naquele dia lembrou-se da filha, ficou impressionado com a imagem e a segura afirmação.
Comprou logo o bilhete inteiro. Dobrou e guardou-o no bolso do paletó.
Depois do trabalho, já de volta para casa, perto do ponto do ônibus, lembrou-se de conferir o resultado.
Voltou e conferiu. Surpresa, deu os números do bilhete do galo. Que sorte!
Quando chegou em casa, contou a notícia muito alegre para todos e disse para a filha que seu sonho foi muito bom, lhe valeu um prêmio.
Com o valor recebido, pagou nossas contas, aliviou seu salário, presenteou minha mãe com uma pulseira dourada.
Naquele tempo a loteria era coisa séria!