Nas décadas de 30 e 40, o cinema era o principal laser dos paulistanos. Os moradores do bairro do Braz se sentiam privilegiados: não tinham que ir ao centro, na Cinelândia, pois o bairro possuía diversas salas grandes e confortáveis e que nada justifica uma ida até o centro para ver um filme.
Tínhamos os cines Olímpia, Mafalda, Oberdan, Colombo, Babilônia, Braz Politiama, Universo, Roxi e o Cine Glória, este último sendo o que eu mais frequentava, já que este ficava na Rua do Gazometro, onde eu morava.
Em 1942 foi inaugurado o Cine Piratininga, considerado o maior cinema da América do Sul. Localizava-se na Avenida Rangel Pestana, no mesmo local onde havia sido demolido o antigo Cine Mafalda.
Na época, eu tinha 13 anos de idade e fui lá conferir o novo cine. Na inauguração, na primeira sessão aberta ao público, assisti ao filme “O Bom Pastor”, com o ator Bing Crosby.
Alguns meses depois, o Piratininga nos proporcionou um grande festival musical, com a presença do Trio de Ouro,Ataulfo Alves e suas pastoras, Carlos Galhardo, Dircinha Batista e outros.
Creio que o Cine Piratininga foi um dos últimos cinemas de porte construído no Braz. Depois, no ano de l960, começou a decadência. Talvez o próprio tamanho tenha influenciado, já que esse se tornou mais abrangente e menos aconchegante; que o digam os apaixonados casais de namorados daquela época…
E-mail: [email protected]