Desde os tempos da minha juventude, quando comecei a trabalhar com meu pai, que é advogado, almoçávamos diariamente no restaurante API, que ficava numa travessa pequena, no início da Avenida Liberdade, perto do Fórum, onde meu pai tinha escritório.
Foram tempos maravilhosos, que infelizmente não voltam mais. Nunca me esqueci do cardápio: segunda era o famoso virado à paulista, terça eu extrapolava e pedia filé à parmegiana, quarta era dia de feijoada, na quinta era dia de massa e na sexta, dia de peixe.
Embora o restaurante ainda exista, embora meu pai ainda viva, embora eu ainda guarde na lembrança momentos maravilhosos que passamos lá, é com o coração apertado que sei que jamais voltaremos lá.
Infelizmente não tenho mais contato com meu pai, não por minha vontade, mas por ironias do destino. Não somos donos de nossos passos, a vida se encarrega de nos levar a destinos que só ela conhece.
É com muita dor no coração e saudades eternas que escrevo essas linhas, pedindo a Deus que um dia, pela sua vontade, possamos estar juntos no API e nos deliciarmos com o cardápio inesquecível de lá.
Dedico essas palavras de agradecimento e saudade a meu pai, que apesar das circunstâncias atuais, mora no meu coração para sempre e jamais me esquecerei dos tempos em que fomos felizes.
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