Foto da EESG Godofredo Furtado

Escolas de Excelência

Minha vida profissional teve início por volta do ano de 2005 na Escola Estadual de Segundo Grau Godofredo Furtado. Eu estava cumprindo meu estágio em filosofia quando o professor titular deixou algumas salas. Então a diretora me convidou a assumi-las. E foi assim que iniciou-se a minha modesta carreira docente.

De início assumi algumas salas, cada qual com mais ou menos quarenta alunos. À época, já havia entrado em vigor a obrigatoriedade das disciplinas de filosofia e sociologia para o ensino médio. Medida que fora tomada pelo então ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Quando comecei a lecionar, não havia um plano de ensino claro para os docentes na área de filosofia. O que me possibilitou elaborar meu próprio plano de ensino, escolher o material didático, os assuntos que eu mais dominava e o método avaliativo a ser empregado.

Foi muito gostoso lidar pela primeira vez com adolescentes em sala de aula. E, como minha diferença de idade para com eles não era muita, não demorei para ganhar sua simpatia e atenção. 

Anos mais tarde eu retornaria à mesma escola, só que no período noturno. Lecionando para alunos da EJA (Educação de Jovens e Adultos).  No mesmo período, mas em dias intercalados,  eu também estaria lecionando na EJA da Escola Estadual Prof. Antônio Alves Cruz. 

Ambas, escolas de excelência na época. Boa parte dos educandos de baixa renda pleiteavam ansiosos por uma vaga em uma destas escolas. 

Me lembro saudoso dos alunos que tive a honra de ensinar (seja no Ensino Médio ou na EJA). A alegria e a doçura com que as diretoras de ambas as escolas nos tratavam a nós, docentes e discentes.

A longa amizade que fiz com o Ronildo, responsável pela cantina do Godô (que é como carinhosamente chamávamos a primeira escola). E a amizade que fiz com os professores Hélio de física, Fernanda e Marina de História e, principalmente o Márcio, filósofo como eu. Sem esquecer-me, é óbvio, da querida coordenadora Maria Luíza. De voz rouca e forte. Uma pessoa admirável que presidia as reuniões de professores ocorridas todas as terças-feiras à tarde.

É por ter conhecido tanta gente boa e ter aprendido mais do que ensinado, que guardarei para sempre na memória as minhas diletas escolas de excelência.

Hoje eu ainda volto em ano eleitoral para escolher meus candidatos em alguma urna fixada nas salas da Escola Professor Antônio Alves Cruz. Infelizmente, o curso da EJA  foi extinto, a diretora se mudou para outra região e o maracatu que reunia toda a molecada aos sábados já não toca mais.

José Chadan, prof. mestre em filosofia

Créditos:

Foto da EESG Godofredo Furtado: retirada da página do Facebook <Pei Godofredo Furtado | Facebook>. Consulta feita no dia 26/01/2024.