Nasci na Barra Funda, na Rua Conselheiro Brotero 290, na casa da minha avó. Depois fui morar no Bom Retiro numa rua que terminava na hoje Marginal. Lembro que meu avô me levava para passear as margens do rio Tietê e ficamos na Ponte das Bandeiras vendo o trânsito. Mudamos para Pinheiros e fomos morar na Rua Paes Leme. Meu pai era despachante.
Mudamos para a Rua Fernão Dias em um apartamento e lá eu fui atropelado por uma moto em um domingo. Meu pai comprou a Auto Escola Caetano que ficava na Rua Cardeal Arcoverde, e nós morávamos nos fundos. Ela ficava em frente à Cooperativa Agrícola de Cotia. Em frente tinha um bebedouro para cavalos de bronze e às vezes eu ficava brincando com a água.
Logo na esquina ficava o Mercado Municipal de Pinheiros, onde hoje é a Av. Faria Lima. Um dia eu e minha mãe assistimos uma briga onde um carregador de saco matou na nossa frente um outro homem, nunca me esqueci da imagem dele passando por nós e limpando a faca suja de sangue.
Moramos lá por alguns anos e depois nos mudamos para o número 2365 da mesma Cardeal. Em frente tinha um terreno baldio, ao lado da minha casa tinha papelaria Mihamoto que vendia revistas japonesas. E lá moramos onze anos, foram os melhores anos da minha vida. Tinha amigos que na Cunha Gago e Álvaro Anes, jogava bola na ACM, fiz o primário e o ginásio no Grupo Escolar Alfredo Bresser, que à noite virava José Lins do Rego.
Ia muito ao cinema em Pinheiros. Nós tínhamos o cine Goiaz, o Fiameta, o Jardim, o Festival, o cine Brasil. Tinha a lanchonete Ela & Ela na Pedroso. Adorava a decoração de Natal que era feita na Teodoro Sampaio, onde hoje é o Shopping Eldorado. Eu jogava bola nos campos que lá existiam. Onde é o Iguatemi eu nadava, ali tinha um banco de areia.
Saia de bicicleta com meus amigos a qualquer hora do dia ou da noite e não tinha problema. Na época ir à vila Madalena era uma aventura, pois lá tinha um time chamado leão do morro que não gostava do pessoal de Pinheiros, era tudo uma farra. Bons tempos aqueles…
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