San Vito! Dove stai?

O dia 25 de julho é o dia de São Cristóvão. Lembrei que nessa data havia muita festa na época em que eu morava no bairro do Brás, pois lá, na Rua Jairo Góis, bem em frente à Pizzaria Castelões, ficava o Clube dos Motoristas (choferes de praça, hoje chamados de taxistas), e São Cristóvão era o santo de venerança.

No clube, havia apresentações amadoras de sketchs, cantos, poesias e danças, pois a televisão era um artigo de luxo, que poucos possuíam, e por essa razão, os encontros pessoais eram uma verdadeira necessidade.

Lembrei também que, nesse mesmo mês de julho, tínhamos as festas de San Vito, as quais já me referi em histórias passadas.

E assim voltei ao bairro do Brás para ver se encontrava algum daqueles antigos amigos… Mas qual? Só havia rostos estranhos e nada que identificasse aquelas antigas festas de rua. Ainda havia barracas. Até muito mais do que naquela época, mas a nostalgia me turvava a vista e eu não reconhecia aquela paisagem como a do meu antigo Brás.

O cheiro no ar não era o mesmo. As ghimirelas antigas cheiravam melhor. O som ouvido das caixas acústicas não era o mesmo, pois não lembravam nossa origem italiana e muito menos o som das sanfonas típicas das festas juninas.

A expressão nos rostos das pessoas não era a mesma… O sotaque não denunciava se eram da bareses, napolitanos, da alta ou da baixa Itália.

A motivação da festa parecia muito empresarial. As festas antigas eram despretensiosas, até pobres, e talvez poucas pessoas tenham entrado na Igreja de San Vito para procurar um pouco da história do Protetore di Polignano a Mare, e a ele dirigir uma Preghiera.

Desconsolado fui embora, andando devagar, até passar pela Rua do Lucas, onde vi aceso o luminoso que identificava o consultório do meu amigo dentista Admar Greco. Enfim, um elo de ligação. Mas lembrei que, infelizmente, ele nos deixou em junho último, e simplesmente alguém esqueceu de desligar o acendimento automático do luminoso.

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