Rua Iguatemi

Morei por muitos anos bem próximo a Rua Iguatemi.

Quando voltava da escola era na Alameda Gabriel Monteiro da Silva, esquina com a Iguatemi, que eu saltava do ônibus "Jardim Paulistano" no seu ponto final. O resto do percurso era sempre a pé, passando pela vendinha do Sr. Emiliano, com seus azulejos azuis frisados nas paredes, pelo Hamburgão (onde adorava ir aos domingos comer hambúrguer com champignon), continuando até atravessar de fronte à construção caiada de branco do supermercado Paineira (que recebera esse nome por causa da frondosa árvore da calçada), até alcançar o muro de tijolinhos da "Light", aí então que eu descia pela Rua Irlandino Sandoval até chegar na pracinha, hoje chamada Guilherme Kawall.

O Shopping Iguatemi naquela época ainda era simples, vazio e despretensioso. Corria a sua lateral direita um riozinho que o separava do prédio das Lojas Pernambucanas, na lateral esquerda alguns degraus e o corredor do "mini shopping", que começava na calçada defronte ao estacionamento, num bolsão na Rua Iguatemi. Na fachada central do shopping havia o banco com um imponente letreiro em letras garrafais, em que se lia "Banco do Commercio e Industria".

Lembro que minha mãe costumava levar meias de seda desfiadas para serem cerzidas na Assumpção, uma loja pequenina de armarinhos, vizinha de outra, não menos modesta, que vendia objetos de palha chamada Cerello…

Era o começo dos anos 70. A rua se tornava o novo ponto de encontro da juventude, com o Rick Store e seus maravilhosos crepes, a discoteca Papagaio's, a saudosa pizzaria "Aridino"…

Quantas saudades!

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