Morei durante vinte anos no Bairro do Limão, Rua Edmundo Dantas. É uma rua de pequena extensão "sem saída" A placa com o nome da mesma muitas vezes passa despercebida, pois é bem alta, instalada num poste de luz, bem na entrada da rua. Passei parte da minha infância, toda adolescência e parte da vida adulta lá.
Em 1994, mudei-me para o interior das Minas Gerais, já de endereço novo escrevi o soneto abaixo e enviei, via correio, a todos os
moradores de então.
Não nos damos conta para certos nomes que nos acompanham por boa parte de nossas vidas, em especial os que ostentam nomes de ruas, e esta é minha homenagem a todos aos moradores da Rua Edmundo Dantas, de ontem
e de hoje.
Exclamações de um tal Edmundo Dantas
Com os meus entrei, passei por tí, lá se foram alguns anos
Não percebi nem cumprimentei-o, pura desatenção
Ficaste incrédulo, exclamaste com toda razão
Lá vem ciganos!
És posudo, não deste o braço a torcer
Também sou culpado pelo nariz empinado
Apesar do impasse, seu nome sempre hei de anunciar.
-Endereço?…Edmundo Dantas, um tal que nem conheço.
O convívio alheio,em ti, valeu-me aprendizado
Talvez soubeste o que digo, quando foste temporal
Porém passaste desta pra outra, lamento!
É, houve coerência em não nos conhecermos
Retiro-me com os meus, tu exclama em tom celestial
Lá vão Amigos!