Pintadinho do Braz

Por volta dos 50, no semáforo da Rua Jairo Góes, ao lado da Igreja Matriz do Braz, certo dia apareceu um molequinho, cabelos da cor de fogo, pintadinho o rosto de bolinhas vermelhas, com uma cesta, vendendo pirulitos. Ocorre que os motoristas, a maioria, evitavam comprar os mesmos. Mas o Pintadinho insistia, não ficava triste, nem chateado.

Não era morador do Braz, mas vinha no trem, na moita, desembarcava na estação do Braz, hoje Presidente Roosevelt, e dirigia-se para a esquina, conversava muito com os motoristas do ponto de táxi, chauffers, na época, que lhe pagavam um pão com manteiga na Padaria Ouro Preto. Mas de tanto insistir na venda, oferecendo os pirulitos, acabou caindo na graça dos motoristas, que paravam no farol vermelho, e o Pintadinho vendia, pois a insistência o fez vencedor.

Estudou no Grupo Escolar Romão Puiggari, depois na Escola 30 de Outubro, na Getulio Vargas, na época na Rua Piratininga, e tornou-se um administrador de empresas, administrando a indústria de balas e pirulitos no interior de São Paulo.

Portanto a persistência do Pintadinho, cabelo de fogo, venceu, com sua humildade e simplicidade. A cidade de São Paulo tem fatos, histórias e estórias diversas, e esta é mais uma que o bairro do Braz tem a relatar aos internautas amigos.

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