Eu tenho uma facilidade tão grande de falar da Penha, e me dá tanta alegria quando me perguntam aonde eu nasci! Eu falo com muito orgulho que sou penhense sim, e que a Penha está sempre no meu coração.
Sou da Penha desde 1947, nasci na Rua Caixa D’Água, hoje Rua Plínio Augusto de Camargo, travessa da Rua Caquito. Quando criança, corria pelas ruas de terra, brincava de corda, bola, peão, carrinhos de rolimã, empinava pipas, soltava balões e pulava fogueiras; que alegria!
Lembro-me muito bem dos carnavais na Avenida Penha de França, que o Dono do Bazar São José, o Sr. José Bustamente, era o carnavalesco que promovia o carnaval na Penha e premiava os blocos. Era maravilhoso: confetes, serpentinas, lanças perfumes e fantasias e muita mulher bonita. Aquilo é que era carnaval… Que saudade.
O bairro da Penha sempre foi um celeiro de craques, que nos seus campos da várzea, tais como o Penhense, Vila Pierina, Águia Celeste, Nacional da Penha, River Plate, Estrela da Penha, Jaú, Botafogo e tantos outros, que revelaram grandes jogadores. Entre eles: Dom Pedro, do Jabaquara e depois para Portuguesa Despostos; Ditão, da Portuguesa Despostos para o Corinthians Paulista; Gilberto, "irmão do Ditão", para o Flamengo do Rio de Janeiro; Julio Botelho "Julinho", do Palmeiras para a Seleção Brasileira e depois para a Fiorentina da Itália; Alfredo Mostarda para o Palmeiras.
Lembro-me ainda dos cinemas da Penha: Cine Jupiter, São Geraldo, Penha Palace, Penha Príncipe, depois Chaparral. O homem maravilhoso que nos fazia passar grandes momentos de olho nas telas do cinema era o Sr. José Ciampole, mais conhecido como Zézinho Gravatinha.
Lembro-me ainda do Alberto de Ascenção Ribeiro, dono do primeiro restaurante na Penha, o São Luiz, no Largo do Rosário; do Foto Penha, também no Largo do Rosário; aquela lojinha de guarda-chuvas, "O Pachá", na Rua da Penha; a padaria Estrela, na Rua Caquito; o Ganância, na Praça Nossa Senhora da Penha; a Droga Marden e a Loja de Calçados do Sr. Renan, na Rua Dr. João Ribeiro.
Tinha ainda a Loja Garbo, nas esquinas da Rua Padre Benedito com Rua da Penha; o Aldo Caponi da Farmácia, na Rua Caquito, (depois, Caquito com Rua Padre João); o Sr.Caovila, grande penhense; e muitos outros.
Lembramos também da nossa querida Gazeta Penhense, do nosso amigo Eugênio Cantero Sanchez, que nos traz, sempre com muito carinho, as notícias da nossa Penha querida. Viva a nossa querida Nossa Senhora da Penha, que, como nós, conheceu e nunca mais quis sair do bairro da Penha da França.
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