Às vezes, quando vou a São Paulo e é difícil deixar de passar pelo bairro da Parada Inglesa. Ao entrar na Avenida Ataliba Leonel e passar pelo antigo Cine Sol, o coração vai batendo mais forte e me dá aquela sensação de nostalgia e, ao mesmo tempo, satisfação de estar naquele pequeno bairro, que tantas alegrias me deram.
À medida que vou penetrando pelo bairro, vai calando umas saudades que aperta o peito. Cada canto há uma recordação, a cada esquina um fato que aconteceu, como um abraço de um amigo, um olhar, um romance que ficou no ar. E assim vou viajando pelo tempo; posso dizer que, quando por lá passo, eu me renovo, carrego as baterias do meu espírito e deixo as recordações me levarem…
Lembrar dos grandes amigos que lá deixei, das namoradas, dos bailinhos de sábado à tarde na garagem dos visinhos, dançando ao som das musicas de Ray Coniff com o rosto colado, tomando uma cuba libre…
As garotas usando rabo de cavalo e vestidos compridos para dançar o rock de Elvis Presley, que estourava nas paradas, com sapatilha e calça Lee. O jeans começava a entrar no Brasil e a moçada o aderiu com tudo.
Os discos eram de 78 rotações e se um caia no chão se despedaçava. Uma vitrolinha no canto da garagem era o que tínhamos naquela época e oque nos queríamos mesmo era dançar o bolerão de “bievenito granda” e tomar coca cola. As garotas tomavam crush e chupavam drops dulcora… Era moda! Os jovens usavam gumex no cabelo para fazer o topete ficava duro como o de Elvis Presley.
Éramos muitos inocentes, mas também muitos felizes.
Tenho saudades também da igreja do Padre Julio, de suas quermesses que tanto agradou a nós e a nossos pais; da escola Frei Galvão, da professora Terezinha e Dona Áurea que fizeram parte de minha vida e de minha formação.
Saio dos anos 60 como se fosse um sonho e entro na realidade dos anos 2011. Hoje moro em Itu – SP, mas sempre volto para matar a saudade de um tempo que se vai longe, mas que vai estar sempre dentro de meu coração!