Morei por três anos em São Paulo, capital. Contava com 19 anos. Quais as amizades que encontrei? No meu primeiro emprego, na Rua Marconi conheci o “meu chefe”, homem aparentemente seguro, o Sr. Vassalo o que me entrevistou antes de saber se conquistaria a vaga. Depois de admitido, conheci dois bons amigos, o Celso e o Agnelo.
Conheci bons profissionais dessa área de auditoria, homens acostumados ao exame da contabilidade das empresas. Eu fazia os cálculos da correção monetária e da depreciação dos bens patrimoniais, através de índices, resultado que avaliavam os bens duráveis, desde a sua aquisição, inclusive Terrenos e Edifícios de propriedade e uso das empresas.
Essa experiência que adquiri usei-a posteriormente no Banco em que fiz carreira de bancário, por 26 anos. Ocupava então nesse caso, o cargo de chefe de departamento de Patrimônio o Depat.
Serviço técnico de exatidão e confiabilidade, parte da minha vida dedicada ao trabalho, e de coisas que fiz e que me orgulho de ter feito. Era um líder no setor e os meus colegas tinham muito respeito para comigo. Todavia, nunca me exaltei nem me achava um grande profissional, o que eu fazia era de maneira natural, minha obrigação, apenas para valer o salário que recebia. Esse texto, quer, no entanto, discorrer sobre as amizades feitas em São Paulo. Em meus pensamentos, havia um turbilhão de sensações, emoções, sonhos e conquistas de homem comum qualquer. Havia um Senhor, diretor da área, nesta primeira empresa, um senhor vindo da Bahia, advogado, que foi avalista na compra de umas roupas adquiridas a prazo o Sr. Hildebrando, em uma loja da Rua Barão.
O homem nunca está satisfeito. Depois de um tempo, e a empresa se transformando com outro nome, alteração no contrato social, fomos demitidos e readmitidos na mesma data, isso possibilitou sacarmos o FGTS, e com pouco tempo de trabalho, a indenização foi pequena.
Fiquei mais um tempo trabalhando ali, ambiente muito bom, e depois fui tentar a sorte na Encadernadora Brás Cubas, no bairro da Água Rasa, e fiquei lá 30 dias somente, história que já contei aqui no site. O diretor e proprietário da empresa foi muito meu amigo e compreendeu a minha situação e me liberou, sem ter que cumprir o aviso prévio.
Fui para outra empresa, a indústria de alimentos, Roper S/A. Lá conheci o Adriano, cuja amizade me fez jogar bola nos campos da Freguesia do Ó. Modéstia a parte, jogava um bolão. A empresa tinha endereço na Senador Queiroz e a fábrica na 21 de abril, Brás.
Nesse tempo de meu primeiro emprego, amigo de minha terra natal, o José Paulo me auxiliou bastante; ele era mecânico elétrico e conheci seus amigos da oficina Pradoval na Avenida Santo Amaro. Num final de semana, participamos da festa de casamento realizado em Bragança Paulista. Como veem minhas amizades foram bem escassas. Um e outro aventureiro, trocávamos ideias e íamos juntos a festas americanas, os rapazes levavam a bebida e as moças os salgadinhos. Um desses amigos possuía uma “caranga”, um carro bem incrementado, limpo, lustrado, aros de magnésia, som alto, andávamos pelas ruas de São Paulo, ao estilo Raul Seixas, "Entrei na Rua Augusta a 120 por hora", toquei a turma toda do passeio para fora, com três pneus carecas sem usar a buzina. Parei a quatro dedos da esquina.
“Falou! Vai! Vai! Johnny Vai! Vai! Alfredo, quem é da nossa turma não tem medo!” (bis), mas foi uma única vez. Pensei que o cara era usuário de drogas, pela velocidade que andava, e procurei outros amigos…
Tenho um sentimento pessoal, de autoestima. Sou de uma certa maneira qualificado e especial; reconheço isso gostando de viver. As pessoas que eu conheço, parecem não reconhecer este meu potencial imenso. Assim penso que perdem bastante em não me ter como um amigo para todas as horas. E me defino da seguinte maneira. Alguém pergunta se eu quero ir junto. Respondo que vou sem perguntar para onde, simplesmente digo que vou. Mas isso também não é para me exaltar e sim me valorizar. Tenho um amigo que dizia sempre. Se você não se valorizar quem é que vai fazer? Texto que dedico aos meus prediletos amigos, presentes e ausentes desde o meu primeiro choro e que me alegro por eles existirem, isso inclui meus queridos familiares.
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