O grande Frei, nome dado por mim, era um mestre, um amigo, um pai, enfim, tudo<br>de bom. Seu nome era Clemente Tambosi.<br><br>No início de 1956, quando cheguei ao Jaraguá, minha saudosa mãe ingressou na Irmandade do Apostolado da Oração e rezava o terço com outras beatas da comunidade.<br><br>De cara já o frei foi perguntando pra minha mãe quantos filhos ela tinha, ela então lhe respondeu:<br>-“Olha frei, eu tenho seis filhos, três grandes já trabalham,tenho dois na escola e dois de colo”.<br><br>Então o ele pediu a ela que mandasse eu e o meu irmão João a fim de conversar com ele na igreja, com possibilidade de lhe ajudar na missa. Então eu e o mano fomos á igreja<br>atendendo ao pedido feito por ele. Daquele dia em diante nos tornamos coroinhas da igreja.<br><br>A igreja mesmo estava em construção, era uma capela dentro da futura matriz. Éramos garotos, eu tinha dez anos e meu mano tinha de oito para nove anos, gostávamos de um jogo de bola. Alem de nós tinham outros colegas ajudando, mas o frei me escolheu para ser o seu companheiro, o seu parceiro<br><br>Mais de uma vez ele me tirou de uma pelada disputada num campinho que era próximo a nossa casa. Eu não gostava muito, mas acabava cedendo ao convite para celebrar na Vila Clarice, que fica entre o Jaraguá e Pirituba. Lá tinha uma capela, e as missas eram celebradas mensalmente.<br><br>Eu atuei de coroinha até 1959, logo precisei trabalhar. Quando ele aparecia com sua charrete eu não gostava muito não.<br><br>Mas para mim foi muito gratificante, tive na minha vida de adolescente, um grande mestre e hoje eu reconheço o carinho, a consideração para comigo. O meu irmão mais velho me disse que ele está sepultado no cemitério da Consolação, outros dizem que está no Araçá.<br><br>Frei Clemente, a sua alma está junto de Deus, olhai por nós aqui embaixo. Obrigado por você existir.Descanse na paz do senhor!!!.<br><br><br>E-mail: [email protected]<br>