O futebol brasileiro e o exemplo de alguns atletas

Novos tempos, novos modos. Sinto que as pessoas são inconstantes, hora se apresentam de um jeito, hora de outro jeito. Eu sou sempre o mesmo isto é igual; não mudo e em qualquer ambiente sou o mesmo, solitário e solidário. É o pensamento do ex-craque Romário, hoje deputado federal, em resposta aos jornalistas curiosos de saber suas opiniões.

Ouvi também uma entrevista com o ex-jogador Nilton Santos, do Botafogo e da seleção brasileira, admirado líder, diz gostar de estar com suas crianças e que sua religião é a de viver tranquilo e sereno. Ele se guia muito pelos ensinamentos de seu pai, que era pescador.

Um modo de atuar em campo, segundo o jogador, era seguir a sombra do sol, assim ele via os adversários chegarem próximos e desviava-os. Desse jeito é o que aprendera de seu pai, jogar a tarrafa do lado oposto a luz do sol, para que os peixes não saiam em disparada pela sombra do artefato.

Dizia ainda sobre a religião. Que seus amigos que já se foram, apresentá-lo-iam a São Pedro e assim teria lugar reservado. Mas que acreditava que com a morte tudo acabava e por pensar assim, Deus não o culparia. Nilton Santos de fato era um destaque pela sua calma e estilo de vida simples e sem aquela vida de celebridade, comum aos jogadores de algum sucesso.

De Saramago, escritor português, uma frase, apesar de não gostar de seu gênero: que a pessoa não deve insistir no convencimento à outra em qualquer assunto, e em religião, pois isso é falta de respeito. Pois bem. O homem era ateu e agnóstico.

Em nossos tempos, novos modos, atraídos pelos anúncios da televisão, voltamos nosso olhar para os clubes nos quais os principais jogadores são as estrelas, mas sem nos convencer. "Macaco velho tem medo de água fria." Seguir jogadores talentosos atraídos pelo dinheiro não faz nosso gênero. No caso ai do Nilton Santos, só dois times atuou, o seu Botafogo e a seleção canarinho.

Charles Muller, introdutor do futebol bretão ao nosso meio, propagava que o futebol era coisa de amadores, celebrizou-se por isso ensinando o futebol a nossa gente.

Faz tempo que acompanhamos o futebol profissional do campeonato paulista e para nós os times considerados pequenos, como a Portuguesa de Desportos, Ferroviária de Araraquara, XV de Jaú, XV de Piracicaba, Juventus da Rua Javari, Portuguesa Santista, há tantos outros que não lembro agora…eram times de futebol com boa torcida e histórias centenárias. Hoje em dia também, basta ter recursos financeiros para se formar um time de futebol da elite. As vezes dura um, dois, três anos e se não há mais interesse no “investimento”, a agremiação desaparece.

Vamos destacar também os grandes times. São Paulo, Corinthians, Santos, Palmeiras, times de camisa e tradição. Sou Palmeirense isso independe se estou na primeira ou segunda divisão, o Palmeiras têm história, camisa, tradição e as cores verde e branca.

Recentemente meu time do RJ, o Vasco perdeu a disputa para o Botafogo na decisão do primeiro turno. Um flamenguista, Sérgio, vejam vocês, tirando “sarro” dos vascaínos dizendo que o nosso time, só chega a vice. Repito um flamenguista. É demais. E o que tem isso? Vamos deixar de gostar do Vasco, porque treme na hora da decisão, ou deixaremos de gostar da camisa com faixa e da cruz de malta? Claro que é da camisa que gostamos e gosto não se discute, não se faz gozação com adversários, ainda que isso mova o futebol, mas em alguns casos, isso é futilidade e até falta de respeito.

Em São Paulo sou torcedor do Santos F. C. Dia desses recebi um e-mail do Mário Lopomo, falando sobre Canhoteiro, o Garrincha canhoto do São Paulo F. C.

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