Conheci o maravilhoso bairro de Pinheiros em 1948, quando fui morar na Rua Dr. Fernandes Coelho. Eu tinha dez anos e vivia a minha “segunda infância’”. O bairro de Pinheiros, naquele tempo, era assim: havia ruas luxuosas, como a Av. Rebouças, e outras mais modestas como a rua onde fui morar que fica na proximidade da toda poderosa Av. Faria Lima, naquela época Rua Iguatemi. Não havia prédios, somente casas, algumas magníficas em estilo.
Na verdade eu tinha duas casas. A outra ficava na Rua Fidalga, na Vila Madalena, casa da minha madrinha. A Vila era, naquele tempo, maravilhosa. Começando pelo emplacamento das ruas, as placas eram de cor vermelha. Um dia perguntei ao meu padrinho, porque a placa era daquela cor; ele me disse que era assim, pois a rua não era oficial. Também acrescentou, meio emburrado, “mas cobram impostos”.
Foi exatamente na Vila Madalena, que a minha irmã Zizinha, descobriu um galã. Quem era esse galã? Chamava-se Odair M., era um jovem de 20 anos mais ou menos, loiríssimo de grandes olhos azuis, estatura média, bonito como ele só. Morador da Vila. Era ator de radionovelas.
Em 1948, o Rádio era a Internet de hoje, tudo girava em torno desse meio de comunicação. Ainda não havia TV, portanto trabalhar no rádio, naquele tempo, era o máximo!
O Odair atuava na rádio São Paulo, uma emissora do grupo Paulo Machado de Carvalho, a qual ficava na Alameda Barros e era dedicava a radionovelas. Ela tinha uma audiência enorme!
Morei também na Rua dos Pinheiros, numa casa térrea, nas proximidades da Pedroso de Moraes, tenho boas recordações desses locais do Bairro de Pinheiros.
Mas… Em 1956, tive que me mudar mais uma vez, pois o local que morávamos foi vendido para a construção de um prédio. Deixei a Capital, fomos morar em Taboão, outro município. A família comprou casa própria. Mas nunca perdi meu lado paulistano, continuo ligada aos bairros onde morei e vivi tempos felizes!
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