Minha primeira escola

Será que alguém lembra da escolinha improvisada do Seu Moreira no Socorro?

Essa escola começou pela boa vontade dessa família, mais ou menos em 1955 ou 1956, não sei ao certo. Consistia em uma sala de aula instalada nos fundos do quintal do Senhor Moreira e uma de suas professoras era a sua filha Alice.

Pois é, foi lá que conheci a Maria Amélia, minha primeira professorinha. Talvez Freud tenha uma explicação, mas a verdade é que, embora muito criança, me apaixonei por ela. Onde andará hoje a querida Maria Amélia que me fez entender que a letra B, mais a A, soava "BA", e ainda, mais importante, que as letras A, M, O e R, juntas, significavam a palavra "amor", um sentimento que ela parecia transpirar ao se dedicar a todos nós, pequenos alunos.

O mais curioso dessa pequena escola é que funcionava junto ao curral das vacas leiteiras do Moreira. Isso era um problema, porque os alunos, afoitos, voltavam do recreio descalços ou com seus sapatos esverdeados e com um cheiro não muito agradável.

Porém, éramos todos felizes e agradecidos àquelas pessoas dedicadas ao nosso saber. Essa pequena escolinha também funcionou por uns tempos na Sede do Socorro, time de futebol que fez história na várzea da nossa região. Cabe esclarecer que a escola a que me refiro não é o Grupo Escolar da Represa, que sempre existiu na Rua Marcílio Dias, cujo prédio ainda se encontra em pé, resistindo ao tempo.

Por tudo isso, às vezes me pego a refletir sobre os primeiros passos da minha vida escolar e, ao lembrar daquelas pessoas, levo a certeza de que para os alunos de hoje, também felizes à sua moda, seus atuais professores se tornarão inesquecíveis no futuro.

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