Na minha mocidade, quando chegava o mês de fevereiro, geralmente era o Carnaval. Eu e vários amigos já nos preparávamos para pular as quatro noites sem parar.
Foi em meados dos anos 1958 em que nós nos reunimos às oito horas da noite na padaria Pão Divino. Ficávamos até à meia-noite bebendo e depois íamos aos salões de bailes. No sábado, íamos dançar no Palmeiras. No domingo, no Tietê (ou Floresta). Na segunda-feira, no club Piratininga.
Na terça-feira, no Arakan (no aeroporto), e ficávamos até às sete horas da manhã nas ruas. Voltávamos para casa sem problemas de violência ou assalto. Era uma época maravilhos.
Não usávamos drogas, apenas bebíamos cervejas ou wiskies… Às vezes batíamos uma bolinha para alegrar a mocidade.
Eram gostosos os salões perfumados por lanças perfumes, serpentinas, confetes, muitos foliões fantasiados.
O único salão em que havia várias brigas era o Arakan… Já existiam muitas garotas de programa e cafetões. A barra era pesada… Mas fora esse salão, os outros salões eram tranquilos: a gente brincava, pulava, era só alegria!
O meu último Carnaval foi em 1973, no Club Piratininga. Assim, agradeço a Deus a minha mocidade com saúde e o aproveitamento de todos os carnavais com muita alegria.
Hoje, com 70 anos, só vejo carnavais pela televisão. São só escolas de samba, desfilando no Rio e em São Paulo. E na última noite, o baile gay. Não existem mais os carnavais de ruas, as pessoas todas fantasiadas, os lanças perfumes de metal e vidro.
Cheguei a ver, quando criança, o famoso corso na Avenida Paulista. Parecia que o mundo estava em festa! Lindos tempos, tudo era bonito, tudo era alegria, mas tudo tem sua época… A minha já passou e só tenho a agradecer a Deus pelos lindos carnavais, obrigado, Senhor.
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