Meu primo paulistano

Retroagindo aos belos tempos de infância paulistana que não mais voltam, quando aqui no Brooklin/Santo Amaro residíamos, veio-me à memória um fato que ficou marcado e que poderia ter sido algo de maior conseqüência, mas que felizmente foi apenas um susto.<br><br>Era época de férias escolares e nosso grande e querido primo, que morava lá para lados do Ipiranga, filho único da irmã de meu Pai, vinha sempre passar uns dias de férias em nossa casa, para junto brincar com o grupo de amigos que possuíamos. Seu nome: Ivan.<br><br>Ivan, por ser filho único era muito mimado e não estava lá muito habituado com as brincadeiras de "moleques", pois ele, na casa em que morava, recebia dos meus tios uma educação rígida típica de "granfinos", como se dizia na época.<br><br>Certa ocasião estávamos jogando bola na rua, que era de terra e que naquela época era algo tranqüilo, não havia perigo de carros e outros.<br><br>Eis que aparece meu irmão com uma pequena bola na mão e se junta ao grupo que estava "batendo bola" esperando mais amigos para formarmos dois times para jogar. De repente meu irmão, Ito, em alto tom diz:<br>- “Ivan, vou jogar esta bola e quero ver você dar uma cabeçada nela”.<br><br>Jogou… Só que de malvadeza… A bola era de madeira, dessas de jogar bocha.<br><br>Primo Ivan, meteu a cabeça e caiu “estrebuchando” no chão; no lugar de risadas, surgiram semblantes de preocupação e quase de desespero, pois pensávamos que tivesse acontecido algo grave. <br><br>Eis que o primo Ivan, felizmente e lentamente se recupera, só que com um enorme "galo" na testa…<br><br>Não quis mais jogar e nem pensar em bola…<br><br>E com medo de apanhar do tio, meu irmão ficou um bom tempo sem aparecer na casa do primo Ivan e nem no aniversário dele ele foi.<br><br>Um domingo meu tio Nélio (pai do Ivan) foi em casa, meu irmão se mandou e só apareceu à noite depois que ele se foi. Naqueles tempos, os tios eram respeitados iguais aos pais, se tivessem que se meter na educação dos sobrinhos, lá vinha o puxão de<br>orelha e os pais não interferiam.<br><br>Até hoje meu primo Ivan ri quando se recorda e mostra a testa dizendo:<br>- “Vejam o "galo" que ficou…”.<br><br><br>E-mail: [email protected]<br>