Lembrar deixe-me lembrar…

“Lembrar deixe-me lembrar… Meus tempos de rapaz… E as noites de serestas… Casais enamorados… Aqueles ternos madrigais… Sonhar deixe-me sonhar…”. Trecho de uma das mais belas valsas-canções que compuseram de uma São Paulo de antanho que não mais existe.<br><br>Recordo-me, com nostalgia, da bela voz de tenor que meu Pai tinha e ao som de um violão, cantando-a nas rodas de boemia que nas noites de sextas-feiras se realizavam no calçadão do Casarão, que era o Empório de nossa família.<br><br>Mas a marcha do tempo é implacável, os anos passaram e o tempo se foi, nada mais restando… Os contemporâneos de meu Pai acredito que nenhum mais aqui também esteja.<br><br>Olhando a juventude de hoje, os filhos que já cresceram e os netos crescendo, e em um momento de tranquilidade observo-os e vem-me à memória a imagem de um passado que relembra a garoa, poesia e romantismo que em São Paulo existiam e que eles não conheceram e na escala de valores que possuem, por certo, isso não tem mais significado.<br><br>Lendo as narrativas dos autores do site, vejo que os marcos de São Paulo estão desaparecendo, principalmente aqueles que eram os redutos da boemia romântica e tranquila de outrora… Infelizmente…<br><br>Lembrar deixe-me lembrar…<br><br><br>E-mail: [email protected]