Lembranças – Segunda parte

Hoje, revendo o passado, no arquivo de minha memória, vi passagens de minha infância, que me trazem um pouco de nostalgia.

Lembro-me hoje das dificuldades do pós-guerra, a falta de quase tudo. Pão, minha mãe desmanchava macarrão na água, fazia uma massa e dela o fazia, assando no forno do fogão a carvão. Açúcar, comprava na venda que tinha lá na Rua Assumpção; era um açúcar preto. Enfrentava uma longa fila para comprar apenas um quilo daquele açúcar, que mais parecia rapadura ralada.

Para cozinhar, minha mãe me mandava na carvoaria, que ficava do outro lado da Rua do Gasômetro, com uma lata de dezoito litros, e trazia o carvão para ser utilizado no fogão e no ferro de passar roupas.

Quantas dificuldades na época; como já disse acima, faltava quase tudo!

Meu pai tinha vários amigos comerciantes no Mercadão, e assim não deixava (na medida do possível) faltar nada em casa, pois era com esses amigos que ele comprava a maioria dos alimentos e frutas.

Mas mesmo com todas as dificuldades da época, eu sinto saudades daquele tempo, pois a amizade era verdadeira, não existiam tantos perigos, havia mais respeito e liberdade no ir e vir, e as crianças sabiam aproveitar melhor as brincadeiras daquela época.

Infelizmente tudo passa, mas recordar é viver!

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