Lembranças do meu Tucuruvi

Vim de Portugal aos 4 anos de idade, direto para a Avenida Guapira, número 398. Desde então estou nas proximidades. Lembro-me muito de como era bom viver no Tucuruvi.<br><br>Estudei no Colégio Silva Jardim, eu e meu irmão Raul. Ambos muito conhecidos, pois em 1967, um ano depois de estarmos aqui, contraímos poliomielite, e isso naquela época (hoje também) chamava muita atenção, principalmente por sermos irmãos.<br><br>Meus professores no colégio já citado foram: ‘Dona’ Zenaide, Maria Aparecida, Alith, Marina (todas do primário). No ginásio tive como professores: Maria José (português – amada por muitos), Benê (Matemática), a de música não me lembro, mas já era idosa. Enfim, eram tempos excelentes, onde havia mais inocência, mais amor, mais amizade entre as pessoas.<br><br>Quantas vezes corremos para o portão para ver o desfile das bandas escolares em datas especiais! O carnaval de rua, a "xiringa". Quantas vezes subi no terraço dos vizinhos para jogar água nos transeuntes que, fantasiados para o baile no Cine Fidalgo, ficavam ensopados. Morava bem perto de um ponto de ônibus.<br><br>Do lado havia uma quitanda, que era da vizinha (já falecida) ‘Dona’Laís. Eu era apaixonada pelo seu segundo filho, mas ele nem me ligava. Tempo bom, onde os sentimentos eram puros e românticos ao som das músicas do sempre rei da juventude Roberto Carlos. Também fiz datilografia no Alexandre de Gusmão e trabalhei por um mês na sua casa, colando apostilas. Foi muito quando ele perdeu sua filha em uma cirurgia! Hoje meu sobrinho dá aulas no ESAG.<br><br>Lembro-me de ouvir meus irmãos mais velhos, que eram frequentadores dos cinemas, falarem sobre os filmes que assistiam em todos esse cinemas falados nos comentários. Meu primeiro filme no cinema foi Ritmo de aventura, no Cine Fidalgo, com Roberto Carlos. O cinema ficava há duas quadras de casa. Quando enfim podia ir sozinha, já não existia mais! Alguém se lembra da Rua Continental?(agora se chama Dragões de Independência). Quanta bola meu irmão jogou lá, e eu brincava com um carro velho abandonado.<br><br>Não estudei no Albino, mas tive colegas que estudaram e me lembro bem de falarem nesse Professor Roma. Eu ficava com medo da fama dele. <br><br>Enfim hoje estou sempre passando pelo Tucuruvi, fico feliz de não terem demolido o Silva Jardim, (cheguei a chorar quando cogitaram a ideia). Realmente as lojas de sapatos, roupas e outras da Avenida Tucuruvi não existem mais, e até mudaram a mão do trânsito. Mas neste mundo nada é para sempre.<br><br>Hoje moro na Vila Medeiros, mas revivi minha infância e juventude através deste site que desconhecia. Mencionarei agora o nome de alguns colegas que me lembro, alguns já encontrei: Antônio, Valter (ou “Valtão” como era chamado), Rita Godoy, Dyone, Márcia, Solange (que sempre pegava a mala de meu irmão para ajudá-lo). Ah lembro-me também do professor de Inglês, Vinicius, que chamávamos de “Teacher”. Eta memórias boas.<br><br>Será que atualmente existe um lugar assim, ou será que são apenas saudades da infância que fazem com que o lugar em que fomos criados se torne especial?<br><br><br>E-mail: [email protected]<br>