Facilitando a Vida

Eu trabalho como voluntária desde os 12 anos de idade. Compartilhar é uma inclinação que me acompanha desde sempre. Comecei cuidando de crianças no parquinho, enquanto as mães realizavam artesanato no Hospital de Interlagos. <br>Também fui alfabetizadora no antigo MOBRAL. Participei de um curso de alfabetização de adultos pelo método Paulo Freire (BB Educar) e trabalhei na Fundação Julita, alfabetizando idosos. Depois realizei trabalho na ACM (Assoc. Cristã de Moços) Santo Amaro e obtive uma premiação com um curso de Gestão Social patrocinado pelo Laboratório Organon. O projeto que escrevi foi premiado, com R$ 40.000,00. Com esta verba implantamos o Projeto Reducarte (inclusão digital, literatura, música e artes cênicas, para 104 crianças de 6 a 14 anos). Atualmente trabalho no Conselho Gestor, da Unidade Básica de Saúde Veleiros. Participo também do Escreve Cartas no Poupatempo Santo Amaro desde que o programa foi criado (2001). Adoro lidar com pessoas. Sou leitora compulsiva. Apesar de existirem outros recursos de comunicação, gosto de escrever cartas. No Escreve Cartas, considero-me secretária do povo. Elaboro currículos, cartas de apresentação, cartas para os amigos, amores, ídolos, para empresa, etc… Mais do que ajudar, eu me sinto ajudada com as histórias de vida que presencio. É dessa troca de experiências entre mim e os usuários que encontro motivação e estímulo para me aprimorar intelectualmente.<br>Pessoas que procuram o Escreve Cartas do Poupatempo Santo Amaro, mais do que alguém para colocar suas idéias no papel, buscam apoio. Por isso é importante ser um facilitador. Barreiras inibem, mutilam. A carta quase sempre é conseqüência de uma boa conversa. Ser pró-ativo é importante. Da receptividade do voluntário é que surge a vontade de estreitar laços, exercitar a delicadeza, "mandar notícias". É neste contato que tanto o usuário quanto o voluntário têm a oportunidade de sentirem-se valorizados. O contato, a troca de idéias e sentimentos possibilitam um crescimento pessoal que não tem dinheiro que pague. Alguém já disse: "Seja qual for a distância, a mão que escreve se aproxima dos olhos de quem lê".<br><br>Suely Aparecida Schraner<br>Voluntária no Escreve Cartas do Poupatempo Santo Amaro desde 2001<br><br><br>e-mail da autora: [email protected]