Coca-Cola 70 anos

Foi no início dos anos 40 que a Coca-Cola foi lançada em São Paulo. Foi precedida por uma grande e inédita campanha publicitária que despertou a curiosidade de toda a população.

Com uns meses de antecedência, começou a aparecer nos bares e logradouros públicos um cartaz com apenas “C?”. Mais alguns dias, outro cartaz “Co?”. E depois outro com “Coc?”, e assim sucessivamente até completar a palavra “Coca-Cola”.

Até então, a grande maioria das pessoas não sabia do que se tratava. O lançamento no Bairro do Bráz foi no cine Gloria; foi então exibido um filme contando como era produzida nos Estados Unidos, e logo após, uma farta distribuição para a degustação da novidade.

Foi uma decepção geral, ninguém gostou e muitos diziam que tinha gosto de remédio. O motivo foi que ninguém sabia era que a Coca-Cola tinha que ser servida gelada. A Coca-Cola demorou para cair no gosto popular, pois ninguém tinha geladeira e a nossa cultura era tomar guaraná sem gelo.

Quando acabou a Segunda Guerra Mundial em 1945, a juventude ficou mais americanizada e a Coca-Cola ficou como um vício sobre a forma de cuba libre para os rapazes e como refrigerante para as moças, e era chique nos bailes de formaturas, nos clubes e nos bailes nas residências e garagens; festas essas que eram muito comuns naquela época.

Um fato pitoresco acontecia nos ‘footing’ da Avenida Rangel Pestana. Nessa época, havia uma escola de cadetes da aeronáutica no prédio da imigração na Rua Visconde Parnaíba. Os cadetes vinham todos fardados passear a Avenida Rangel Pestana, e as moças adoravam os mesmo e, nós os civis, morríamos de inveja. Como elas gostavam muito de Coca-Cola, pusemos o apelido nos cadetes de Coca-Cola. O apelido pegou como adesivo e foi motivo de muitas brigas, e como eles eram em grande numero, batíamos em gloriosa retirada.

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