O casamento de coisas consideradas inanimadas, para mim considerados muito perfeitos, são: do papel com as canetas, do arco com o violino; lógico que há outros, mais para mim são estes, por quê?
É pelas canetas que os papéis recebem idéias, composições, desenhos, fórmulas, relatos; tudo o que a mente daquele que a empunha imaginar. E ele, sem vacilar, silenciosamente, aceita tudo o for transmitido pelas canetas e o transmitirá àquele que o ler.
O meu amor pelas canetas me levou a guardar todas aquelas que eu usei em minha vida desde o primeiro ano primário, as quais eram de madeira, que em uma das pontas recebia a pena usada na escrita após ser molhada no tinteiro.
Depois destas, fabricantes norte-americanos e europeus criaram as canetas tinteiro e a cada ano lançavam novos e modernos modelos.
Eram as canetas Parker e Sheafers, lindas e perfeitas, verdadeiras obras de arte, tanto que o seu nome, para nós, seus amantes, deixou de ser canetas para ser instrumentos de escrita.
Conforme eu disse antes, guardei todos os meus instrumentos de escrita, tenho mais de 50 Parker, Sheafer e outros mais que são antiguidades recebidas do meu avô.
Criaram-se mata-borrões para apagar qualquer excesso de tinta largada pela pena sobre o papel.
Depois de alguns anos, surgiu no mercado a chamada esferográfica, que para os amantes das canetas-tinteiro somente serviu para acabar com a caligrafia, que também era fator de nota nas escolas.
É pelo arco que o silencioso violino canta as mais belas músicas já concebidas pelo ser humano, para o deleite daqueles que os ouvem, fazendo-os viajarem pelos países dos sonhos.
Ao manusear um violino, tomá-lo nas mãos, você já se impressionará com a sua simplicidade e beleza e ficará curioso por saber como um instrumento tão pequeno e modesto tem tanto valor ao ser estimulado pelo arco.
Sabem por que vos escrevo sobre estes dois casamentos? É porque são as duas artes que eu muito considerei e que hoje, por causa da esclerose múltipla, não posso praticar, pois não tenho mais coordenação motora.
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