A grande Rua Javari do Juventus. Que Saudades!

Anos 1958, eu com 10 anos, tínhamos uma bela turma, viu Belo! Quando vinha jogar na Javari algum clube denominado grande. Lá estava toda a Mooca, sempre torcendo. Os jogos noturnos eram bem diferentes na época, com uma iluminação precária era um palco de grandes encontros. O time do Juventus era, na ocasião, Mão de onça, Donald, Milton Buzzeto, Clovis e Pando, Amaral, Zeola, Buzzone, Cotia e Parobé, um Sr. Time que hoje com certeza iria atrapalhar, e muito, os chamados grandes, pois, na época, os chamados clubes pequenos o intuito era só atrapalhar os chamados grandes clubes e em muitas poucas ocasiões chegavam perto de um título.

Em um jogo a noite entre Palmeiras x Juventus estávamos sentados, com vários amigos, perto da bandeira de escanteio, perto da entrada da Rua Javari, quando houve um escanteio; aí, o Romeiro foi bater, o jogador do Juventus Pando ficou protegendo o primeiro pau da meta do goleiro Mão de onça. Aí, Romeiro bateu de trivela do local onde estávamos, deu até para ver que o Romeiro bateu na bola com o lado de fora do pé. A bola fez uma tremenda curva e passou bem perto da cabeça do Pando que, mesmo pulando, não conseguiu alcançar a bola. Um gol maravilhoso, espetacular de quem sabia o que estava fazendo e não aquele gol do acaso, ou seja, sem querer. Aí, ouvi um torcedor do Juventus gritar: “Foi sem querer”, o outro: “Muita sorte”; aí, um torcedor do Palmeiras se levantou e gritou: “Sorte? Meus amigos este é o 11º gol de escanteio que o Romeiro faz”.

Em um jogo entre Corinthians e Juventus lembro-me que o Corinthians estava estreando um jogador de nome Miranda (seu apelido era Boca) cheguei depois de muitos anos a jogar com ele e o Roberto Bataglia que também foi jogador do Corinthians, jogamos juntos no Água Verde do Paraná, um clube já extinto do futebol que depois se uniu a outros clubes e hoje se não me engano o seu nome seria Paraná. O Miranda (Boca) era dono de um chute que poucos goleiros conseguiam segurar, ele pegou um rebote da defesa e driblou o Pando e, mesmo a bola fugindo dele para a direita, acertou uma bomba em cima do goleiro Mão de onça que, aliás, era um Sr. Goleiro, mas, não conseguiu segurar. E o final do jogo ficou 1×0 para a equipe do Corinthians.

Joguei também várias vezes neste maravilhoso estádio, pela equipe do Parque da Mooca, e lembro que a primeira vez que entrei neste estádio para jogar pelo Parque da Mooca cheguei a derramar lágrimas de alegria por saber que já tinham adentrado neste campo craques da minha infância, como canhoteiro, meu amigo Rodrigues (Tatu), Pelé e o Santos inteiro de 1959, Gilmar dos Santos Neves, Rafael, Luizinho, Baltazar, enfim, jogadores que elevaram o futebol com suas habilidades para o dito popular. Quem teve a sorte de ver viu e quem não teve jamais poderá ver. Abraços, Chico da Barão Cabalin.

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