A gaiola dos loucos

Na sala de reunião,
em um prédio da Avenida São João,
a mulher com o vestido que parecia ter adormecido.
 
Atrasada, afobada, cara de louca pintada.
A destrambelhada
começa o seu pronunciamento.
 
Desconexo, fora do ar, merecia calar.
Uma outra sai para tomar um café,
quando retorna, parece que engoliu uma estação de rádio,
conta uma novela, se perde nos detalhes,
faz uma volta,
mas qual é mesmo o começo da história?
 
Tanta divagação, sem união, falta coesão e liderança!
O mais novo participante, com a equipe dividida,
uns querendo assistência,
outros só inspeção e o saber na estratosfera,
não sabem mais o que fazer…
 
A cobrança por números,
segue como loteria,
muitos reis para atender dissociados.
 
Caos geral, perda total.
Só mesmo o fogo,
para um recomeço das cinzas,
como aquela ave de rapina!