A engraçada

Aquela mulher é mesmo muito engraçada. Disse que o marido pode aprontar, que não tem nadinha de ciúmes. 
 
Deixa atender telefone, falar no celular, com código, sem código, mas tem um porém: todo o dinheiro que entra, tem que chegar aqui, aqui, olha e mostra o bolso dela.
 
Quando o conheceu, achava o cara meio esquisito, sem graça, repetia coisas e demorava para decidir os negócios.
 
Sempre que recebia um convite dele para passear, arrumava desculpas: hoje não posso, eu não bebo, estou de regime, amanhã tenho outro compromisso, mas as colegas, com ele, faziam uma bajulação incrível, um tal de café, água e sorrisos o tempo todo.
 
Mas um dia foi convidada para a festa de aniversário de um sobrinho dele. Sem cerimônia, ofereceu e levou uma maionese. Não é que caiu no gosto do pessoal da Vila Mariana?
 
Esse prato tão saboroso ficou na história e ele estava lá. Aclamada para preparar novos quitutes, um dia, de lado, por ele foi chamada para uma conversa. Propôs assumir um compromisso sério: namorar com ele.
 
Pensou, pensou, pensou um pouquinho mais e com os seus botões decidiu: “Vou tentar, não tenho nada a perder, quem sabe um dia ainda esse cara melhora comigo!”.
 
De fato, ficou mais comunicativo e organizado. Satisfeita com o trato, casou e ficou com o bolso cheio desde aquele ato!