Minha neta Julia, de 12 anos, veio aqui em casa (ela mora no mesmo prédio) e pediu-me 4 reais. Tudo por conta da promoção, que certo refrigerante está fazendo. Juntando 5 tampinhas e mais 4 reais, você troca por uma corda-de-pular. Senti o maior prazer em contribuir, não só para ela como para o meu outro neto Eduardo de 13 anos. No outro dia, ela fez a troca e voltou com o objeto. Era uma corda fina e sintética, para ser pulada individualmente. Junto com a corda vieram também orientações desenhadas para o uso. Aí então, para minha surpresa, reparei que nem ela e nem meu neto Eduardo sabiam pular-corda. Então, restou-me mostrar-lhes minhas habilidades nessa arte, adquiridas na época que morava na Penha, onde a corda fazia parte das minhas brincadeiras de rua.<br> – Com a corda brincávamos individualmente e em grupos.<br> – Elas eram às vezes grossas e tinham que ser bem batidas para uma boa "pulada"<br> – Lembro-me de pular em grupo, onde todos tinham que entrar e sair ao mesmo tempo, cantando uma musiquinha…Batalhão..lhão..lhão, quem não entra é um bobão..Abacaxi..xi..xi…quem não sai é um sací.<br> – Pulávamos também a corda dupla, de dentro para fora e de fora para dentro.<br> – Tinha o "zerinho" que era passar pela corda sem ser tocada por ela.<br> – Uma outra, começava bem leve com "salada saladinha, bem temperadinha"…depois ia aumentando a batida e terminava com a gente pulando "foguinho" que era pular muito rápido.<br><br> Depois de todas as explicações. e da aula prática, vi o sorriso no rosto de minha neta. Era de pura alegria e um certo orgulho em ver a avó exibindo-se com a tal cordinha. E eu, por alguns momentos,voltei a ser criança novamente.<br> O pior de tudo, foram as dores que senti no outro dia. Eram dores em locais que estavam há muito tempo "imexiveis"(?), como diria um ex-ministro, e o melhor foi a alegria de, aos 62 anos, poder pular-corda com minha neta de 12.<br> Agradeço a Deus por esses momentos maravilhosos.<br><br><br>e-mail da autora: [email protected]