Na minha vila tinha um rio de nome Iguaçu, muitos se banhavam. A pavimentação ia só até a Avenida Morais Costa, tínhamos que sair de casa com sacolas cobrindo os sapatos.
Os times eram o do Santos do Lima, Quarto Centenário (cuja sede era no final da Rua Pereira e o campo era na Rua Camilópolis), Ponte Preta, Guarani, Vila Industrial, etc.
Vários bares e mercearias como o bar do Abelardo, do Seu Joaquim, do Cafu, do Pedrão e tantos outros. Mercado só no alto da Ana Clara (do japonês) Para cortar o cabelo era só no Salão do Sr. Levino, que foi o presidente da Sociedade Amigos do Bairro.
Bailes, quando aconteciam, eram na casa dos amigos. Para jogar fliperama tínhamos que ir a São Caetano. Trabalhar era na Lorenzetti. Após pavimentação tínhamos as feiras de quarta, de sábado e de domingo (só na Vila Utinga).
Para educar essa turma, tínhamos um escola de madeira, onde hoje fica a Praça do Samba. Ao lado foi construída a Escola Altino Arantes. Tinha a lagoa dos patos, a quadradinha (que aterraram para a construção de prédios), na década seguinte já não foi mais possível colocar os pés no rio.
Para dançar o salão era o Bigal, junto com o Estúdio 35… Os dois locais fiavam na Morais Costa.
As amizades eram verdadeiras e as brincadeiras sadias A moral e os bons costumes atualmente estão adormecidos nesse bairro, e cabe aos antigos moradores mudar isso. Os jovens que moram lá não sabem onde estão pisando (um solo sagrado, amado e estimado, que me fere quando visito e me deparo com o pouco caso que eles o tratam).
Por não conseguirem fazer da Vila Industrial um lugar melhor, tratam o bairro como se fosse sempre um lugar triste, corrompido, sujo, pichado, maltratado e colocado a margem de uma sociedade decente.
Nasci e fui criado na Vila Industrial, digo isso pelo fato de hoje ter 46 anos. Pois nos dias atuais não queria ter nascido lá não. Nada é eterno… Mas torço para que a nova geração faça mais pelo bairro, para que tenham novamente orgulho de nascer e crescer e criar seus filhos ali.
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