A nossa turma de Congregados Mariano da paróquia Cristo Rei do Tatuapé, todas as tardes de domingo íamos à casa do Bolão (acredita que não consigo lembrar o nome dele?) jogar bingo (na época era jogar Tombola). No fundo do quintal de sua casa, havia um alpendre enorme onde acomodava uma mesa de mais ou menos dois metros.
A nossa turma era: eu, Brardo, Edson Bras, Emilio, Carlos, Sadala, Viola, Celso, Alceu, Adilson, Maciste e o Moises. O palavreado usado pela pessoa que retirava (cantava) as pedras (algumas delas) do saco, ao invés de dizer o número dizia:
Começou o Jogo (01)
Pingo no pé nove é (09)
Xexeu (24)
Nascimento de Cristo (25)
Idade de Cristo (33)
Quaraquaqua (44)
Tudo é (69)
Pai do saco (90)
O pessoal que estava participando, quando não saia nenhum número de sua cartela, logo gritava: "Mexe o saco". Quando saia o primeiro número de sua cartela gritava: "Casa nova".
Se você percebesse que o parceiro ao lado estava apenas por um número, já logo dedava: “O fulano está armado”, e o pessoal respondia: "Seca ele" ou então o mesmo gritava: “Chama a boa". O primeiro que completasse cinco números seguidos gritava: "Tinquina" ou então completando a cartela toda dizia: "Bati".
O Basílio, um senhor que de vez quando aparecia por lá, não acostumado com as brincadeiras e lerdo para marcar os números na cartela, desanimava todos nós. Dizia: “Repete o número por favor”, ou então: “Um momento que ainda não achei o número”. Alguns desistiam e iam embora.
Naquela euforia do jogo, desperta nosso olfato aquele cheirinho delicioso do café feito na hora, naquele coador de pano da época, que delícia. De vez em quando tinha até um pedaço de bolo de fubá. Terminávamos o nosso domingo com o "stress" zerado. Quando não aparecia o Sr. Basílio, é claro.
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