Uma leitura diferente… Outro dia, ainda na faculdade, ao ser solicitado para redigir um texto comentando uma experiência de leitura busquei em minha memória o primeiro livro com o qual teria tido contato. Com certo esforço lembrei-me de um livro comprido com ilustrações de bonecos de pano costurados a mão e uma capa que parecia se movimentar, a história era da Branca de neve, confesso que entre as infantis está não é uma das minhas favoritas!
Aos nove anos comprei “Vovó os periquitos e Colombo”, “O pombo correio”, ainda hoje os dois estão em minha estante ao lado de dicionários, gramáticas e romances, puxa e já se passaram mais de vinte anos! No período escolar não tinha o hábito de ler e pouco era estimulado, porém li alguns livros como: “A vida secreta de Jonas”, “Um estranho vizinho”, um exemplar daquela coleção “Para gostar de ler” e “O pequeno príncipe”.
Este último livro só apreciei ao relê-lo já com vinte e tantos anos… Passei pelas longas descrições de José de Alencar, pelo anseio de liberdade de Castro Alves e até cheguei a ficar com a pulga atrás da orelha com a polêmica machadiana de “Dom Casmurro”. O tempo passou e fui lendo outros livros, “O livro da selva”, de Kipling, “Os deuses de Raquel” de Moacyr Scliar.
Deliciei-me com outros autores entre eles Garcia Roza, Shakespeare, Goethe e também Jô Soares com o divertido “O xangô de Baker Street” e, até hoje me pergunto se a atriz francesa ou o detetive chegaram a descobrir quem era o serial killer que extirpava a orelha da vítima e a amarrava a uma das cordas do raro stradivarius que roubara. Bem eu sei o nome do assassino, mas prefiro não me envolver neste caso policial.
Bom, mas quando pensei em escrever essa crônica não era para relatar a minha experiência com os livros impressos, mas com um todinho de concreto! Sendo este um site dedicado a São Paulo Minha Cidade, quis partilhar com os amigos leitores a emoção de entrar em um livro e contemplá-lo por um outro ângulo e, não era um livro qualquer, era um livro milenar, ancestral e de histórias conhecidas em todo o mundo.
Este incrível livro é a Torá, para alguns o nome pode parecer estranho, para outros engraçados, mas para muitos um tesouro! A Torá é composta pelos cinco primeiros livros da Bíblia e uma antiga tradição atribui a Moisés sua autoria. A essa altura meus amigos leitores devem estar questionando as faculdades mentais deste que risca algumas linhas, então convido a todos a embarcarem comigo nessa viagem que tem um endereço certo como ponto de partida, Rua Oscar Freire, 2500 Sumaré!
O prédio do Centro da Cultura Judaica ergue-se imponente ao lado da estação Sumaré do metrô, como um imenso pergaminho aberto convidando a todos a fazerem parte da história não só da comunidade judaica, mas na saga da diversidade paulistana. Projetado pelo arquiteto Roberto Loeb, o prédio abriga teatro, auditório, salas de aula, salão de exposições, e administração. O espaço é plural e ao mesmo tempo singular, laico com um aroma espiritual, enfim ler é viajar, amigos leitores embarquem nessa!
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