Nelson Mandela, assim como Luther King, Mahatma Gandhi e alguns poucos outros, só tornaram-se grandes homens nesse mundo, dado a pequinês, a mediocridade e a ganância da maioria dos seres humanos.
Ou seja, em um mundo onde a maioria procura viver a ganância de levar vantagem em tudo, sem pensar nos semelhantes, eles apenas foram uma exceção da regra, ou seja, se colocaram a serviço dos irmãos.
Outro que com certeza ira, no futuro, engrossar essa lista é o nosso novo Papa, Francisco.
O egoísmo, a ganância e a ambição desenfreada levam a uma cegueira espiritual e ao impulso incontrolável de viver a lei do Gerson: levar vantagem em tudo, sempre, em seus mínimos detalhes.
Cito cinco exemplos atuais de levar vantagem em tudo, em prejuízo alheio, em ordem crescente.
1- ficar com o troco que recebeu a mais, por engano de alguém.
2- achar válido quando a falha do juiz foi a favor do nosso time, mas brigar e discutir quando o mesmo falha contra o nosso.
3- cruzar os braços e calar a boca diante de injustiças, porque a mesma não aconteceu contra minha pessoa ou contra algum parente ou amigo meu.
4- estacionar em vagas destinadas aos portadores de necessidades especiais ou idosos. Coisa muito comum de se assistir aqui em São Paulo.
5- fazer corrupção, sonegar, desviar verbas destinadas a obras sociais, superfaturar orçamentos, praticar assaltos e outros crimes, se achando esperto e que por essa razão jamais será descoberto e preso.
Relato aqui uma velha história que me foi contada por alguém há muitos anos, quando ainda jovem, eu ainda vivia na minha querida Freguesia do Ó.
Um famoso homem de negócios resolveu convidar um renomado pintor, para que o mesmo pintasse um quadro que representasse de forma magnânima o mundo dos negócios financeiros, comércio, indústria, economia, política, etc.
O quadro ficaria para sempre exposto no salão nobre de reuniões da entidade por ele presidida.
O pintor passou cinco meses pintando o precioso quadro e quando o mesmo ficou pronto, o artista resolveu expor o quadro no local, mas exigiu que sua obra só fosse vista no dia da inauguração do recinto.
E assim no dia da festa, com o enorme salão repleto de ilustres figuras da sociedade local, como banqueiros, políticos, comerciantes, industriais, artistas, sindicalistas e convidados em geral.
Após os discursos e muitos comes e bebes, chegou a hora esperada por todos, apresentação do quadro do famoso pintor.
O mesmo aproximou-se de sua obra retirou o lacre que a cobria e todos ficaram chocados e até escandalizados com o que viram.
Aquele famoso pintor havia pintado um quadro maravilhoso, mas que mostrava um grupo de dez pessoas completamente nuas em fila indiana, um bem colado atrás do outro, algo inimaginável e sem nenhum sentido na opinião de todos.
– “Que absurdo?” Disseram uns.
-“Isso é pornográfico!” Exclamaram os moralistas e puritanos. Outros indignados perguntaram ao pintor o significado daquele quadro.
Ele então calmamente explicou:
– “Amigos esse é o retrato do nosso mundo atual, onde nós temos sempre alguém na nossa frente, ou alguém no traseiro da gente.”
Nisso um político oportunista falou:
– “Mas espera aí companheiros eu não me vejo nesse quadro, pois eu nunca me coloquei na traseira de ninguém.”
E o Pintor rapidamente explicou:
– “Ora meu amigo, o senhor é o primeiro da fila.”
Nisso um grande banqueiro também se manifestou:
-“Eu também não estou nessa, pois eu posso até ter me colocado na traseira de alguém, mas jamais permiti que alguém ficasse atrás de mim.”
E o pintor, não perdeu a deixa:
– “Ora o senhor é o último da fila.”
Então foi o sindicalista que reclamou:
– “Espere um pouco, eu não estou nesse quadro, pois nesses anos todos, eu posso até ter ficado atrás de muita gente, mas também tive que aguentar muita gente atrás de mim.”
E o pintor foi rápido:
– “O senhor está bem no meio dessa fila.”
Mas, voltando aos grandes homens, essa é a grande diferença entre os “Gandhis, os Luther Kings e os Mandelas do mundo”.
Eles jamais estariam retratados nesse famoso quadro, e esse foi o fundamento básico que tornaram esses homens tão grandes, eles preferiram ficar ao lado dos seus semelhantes.