Saudades do Apea da Rua Caetano Pinto

Em 1967 eu jogava no juvenil do Nacional Atlético Clube e, aos sábados, no Apea da Rua Caetano Pinto, sendo o ultimo um clube de torcida diferenciada. Jogávamos no Iapi da Mooca, na Rua dos Trilhos.

O clube tinha na época um ônibus buscava os jogadores na Rua Caetano Pinto já com o fardamento, pois nós nos trocávamos na sede social do time (na Rua Caetano Pinto). O time do primeiro quadro tinha jogadores de muita categoria: Milesi chegou a jogar no Corinthians e no Comercial de Ribeirão Preto (foi um grande goleiro) e era o nosso técnico. Rafael, Eugênio, Dirceu, Nelsinho Castanha, “Capucheta”, “Bulé”, Tinho, Mário, eu e tantos outros. Na época o segundo quadro também tinha um elenco tão bom quanto o primeiro, chegou a ficar 200 partidas sem perder.

O Apea tinha também sua música, uma espécie de hino do clube: “Que belo clube, que belo esquadrão. É o Apea Clube, sempre o campeão”. E assim ia o ônibus com a torcida cantando o lindo hino que chegava a arrepiar. A torcida atingia três décadas de pessoas, com torcedores entre 20 e 40 anos e até mais, com um amor pelo clube que a gente não tinha palavras para dizer.

Jogando em um festival no campo do Flamengo da Vila Maria ganhamos o jogo por 4×1. Ao voltar para a vila fizemos até a tradicional volta olímpica e foi lindo.

Naquele ano apareceu um japonês de 20 que havia inventado o “drible elástico”. Seu nome era Sérgio Echigo, que depois de ir para o Corinthians, graças ao sucateiro torcedor do Apea conhecido como “Chumbinho”, se tornou amigo de Rivelino e o ensinou o drible que ganhou o mundo.

Recentemente tive contato com Sérgio via e-mail e o mesmo me disse que é locutor esportivo no Japão e está La há 40 anos, já tem 67 anos de idade, casou-se e esta vivendo bem.

Hoje, quando passo diante da antiga sede do Apea fico olhando e lembro-me com muita saudade daquele lugar sempre cheio de grandes amigos, eu diria irmãos, pois éramos uma grande família.

Aos vivos gostaria de dizer que sinto saudades e os que já se foram estarão sempre em meu coração: Vaselina, Titoca, Tinho, Bombeiro, Valdir, Agostinho, Miro, Regis, Bartolo, Mota, Manolo e tantos outros.

E-mail: [email protected]