Sempre trabalhei no centro da cidade de São Paulo, e quando eu ia trabalhar em outras regiões parecia que eu estava em outro lugar, que não era a minha cidade querida.
Por um tempo trabalhei na região da Avenida Paulista, perto da Rua Humaitá, em uma construtora. Os dias pareciam não ter graça na hora do almoço, pois era tudo meio vazio e sem aquele vai e vem de gente se acotovelando para arrumar algum lugar para almoçar. Durante a tarde avistava da janela da sala em que eu trabalhava a torre da catedral da Sé, bem longe, e ainda por cima uma colega escutava no seu radinho a Rádio Eldorado. Estava ai a nostalgia de que falei, sentia saudade de ficar no “centrão” de Sampa.
Tive então a ideia de começar a ir almoçar lá embaixo, descia a Avenida Brigadeiro Luis Antonio quase todos os dias, pois eu era jovem e tinha muita resistência. E assim foi até eu conseguir arrumar um trabalho no “The Royal Bank of Canadá”, localizado em frente à agência do Bradesco da Rua XV de Novembro (que sofria com os carros dos sindicalistas que faziam uma verdadeira bagunça em frente ao banco).
Consegui porque sou paulistano e gosto de agito até hoje. Lembro-me de quando fazíamos o que hoje é conhecido como “Happy Hour”, tomávamos cerveja com os colegas na sexta feira, para tirar o stress da semana. Muitas vezes ficávamos no bar, localizado na Rua Quintino Bocaiúva até o fechamento, dando risadas e falando besteiras.
Muitas vezes pegava o último ônibus elétrico que saia para os lados do Ipiranga, perto do nosso maravilhoso museu. Tudo isso na Praça da Sé, cercado da mais completa tranquilidade.
Hoje moro em Curitiba por conta do meu trabalho, mas o povo aqui é frio e não entende que a vida é feita para ser vivida, correm muito e não vão a lugar algum. E nós, paulistanos, é que temos a fama de apressados.
Às vezes me pergunto o que estou fazendo aqui, mas são coisas da vida, sinto muita saudade de São Paulo, da agitação e de voltar a morar ai, espero que seja em breve.
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