Ano: 1978; A aula: Educação para o trabalho; professora: Joana; escola: Grupo Escolar Matilde Macedo Soares; Bairro: Limão. Queixa: Nós alunos não sabíamos se estávamos participando de uma aula ou de um julgamento.
Fatos: Ela se dizia advogada nas horas de folga e agia de uma forma bem similar nas nossas aulas. Vestia-se muitíssimo bem, em tailleur, seu cabelo sempre bem alinhado. Possuía uma pose altiva de quem está sempre com a razão. Seu rosto não demonstrava nenhum tipo de sentimento ou expressão e naquela época nem tinha o tal do botox!!!
Em sala, ela se comportava como se estivesse numa corte judicial, andava de um lado para o outro pausadamente e, de repente, lançava uma pergunta, sem ninguém esperar, ao primeiro que ela apontasse. Sempre dizia que escolhia aquele que estivesse de cabeça baixa ou aquele que a estivesse olhando fixamente, assim não tínhamos escolha. Suas aulas pareciam mais um júri aberto sem direito a defesa.
Antes das provas levantava um livro e pedia que jurássemos que não íamos colar ou mentir durante a prova. Também usava uma tática bem peculiar durante estas avaliações, usava óculos escuros e mantinha um livro aberto, assim ninguém podia saber pra que lado ela estava olhando, se estava lendo o livro, ou dormindo. Todos ficávamos muito quietos e pouco se olhava para os lados, com receio de que a nossa professora/juíza viesse a aplicar uma sentença mais pesada.
Conclusão: Devido a toda esta pressão, nunca soubemos qual seria a pena máxima pra quem colasse. Sentença: Boas notas nas aulas dela. Caso encerrado.
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