Retornar aos velhos costumes

Na minha casa, em Arthur Alvim, cresci vendo a dificuldade que meus pais tinham para ter água. 
 
Do poço tão arcaico, com muita profundidade, servia a áqua sem nunca ter secado. Meu pai antes de ir para o trabalho, retirava muitos e muitos baldes a fim de deixar o tanque de lavar roupas pronto para facilitar o dia de minha mãe. 
 
Quando eu cresci, lá pelos meus 10 anos, como filha mais velha, tinha que ajudar nos trabalhos caseiros. Esse trabalho passou a ser feito por mim. Com o tempo o uso de poços foi extinto, meu pai enquanto viveu não deixou de usar aquela água.
 
Muitas vezes pensei não ser útil à ninguém e que ainda podia causar problemas. Mas vejo, nos dias de hoje, o quanto está fazendo falta e como ajudaria a resolver a falta de água. 
 
Já na minha infância, era comum os vizinhos pedirem para pegar um pouco daquela água, quando seus poços secavam no verão, principalmente.
 
Esta história vem para dar a certeza que nada é para sempre. Tudo pode mudar e os bons tempos são os que vivemos neste instante…