Realmente, essa interrogação é uma constante quando começamos a pensar no assunto.
As respostas são amplamente diversificadas, com argumentos muito fortes em sua defesa, causando perplexidade diante de dilema tão importante.
Nesta altura, com meus oitenta anos, acho que tudo e todos ensinam. A escolha do que vai integrar e permanecer no nosso acervo é que importa e indica quem ensinou.
É isso? Concordam?
Vou contar uma historinha:
Participando de seleção muito concorrida, meu filho Flávio foi aprovado e fez o ginásio no Colégio de Aplicação da USP, na Rua Gabriel dos Santos (Santa Cecília), nos anos 60, oriundo já de escola pública (“Caetano de Campos”).
O ensino lá seguia métodos inovadores e o que eu mais percebia era a alegria do meu filho em ir para a escola e aprender.
Em uma aula de História, como introdução ao estudo da Idade Média, a professora (se não me engano, d. Janete) começou a fazer uma série de perguntas sobre o tema. E o Flávio respondia a todas, “brilhando no céu da Pátria” e sofrendo as normais gozações dos colegas.
Ao término da aula, a professora chamou-o de lado e quis saber qual era sua fonte de informação. E ele muito animado: “Ora, o Príncipe Valente, professora!”
Com muita paciência, ela teve que explicar ao aluno que gibis não são fontes históricas muito confiáveis.
Acho que vocês se lembram que os educadores criticavam os quadrinhos, mas não tenho nenhuma dúvida que a leitura dos gibis lançou boas sementes e também ensinou.