Em uma noite desta de inverno, fui com minha esposa jantar na casa de meu mano – Cideme – tomar uns goles de vinho e saborear uma pizza, sim pizza… Fui eu quem quis… Começamos a relembrar passagens dos nossos tempos de garotos.
Aí fui no computador dele e escrevi esta estória e ele me ajudava a lembrar os detalhes.
O ano ao certo não me recordo, sei que éramos garotos e morávamos aqui na Parada Petrópolis/Brooklin.
O grande amigo do mano Cideme, Hermann, o qual chamávamos de Germano e que hoje não mora mais em São Paulo, mas sim no exterior, por certo lembrará, se esta ler, o fato que ocorreu.
Na esquina de nossa rua, defronte ao clube Banespa, havia um restaurante alemão, que acredito ser um dos primeiros a funcionar em São Paulo, cujo nome era Köbes.
Alguns dias da semana, principalmente nos finais, ia meu mano e Germano "tomar conta de carros" e faziam as mesuras tais como abrir e fechar as portas dos mesmos, tanto do lado do motorista, como do carona e falavam o clássico:
– "Posso tomar conta?".
Não havia como negar e quando saiam do restaurante os acompanhava até o carro e repetiam as mesuras e quase sempre ganhavam uma bela gratificação.
O "negócio" ia indo bem, até que uma noite, apareceram três moleques amedrontando-os e dizendo que também iriam "tomar conta de carros".
Ficaram intimidados, pois eles não eram de briga, ai meu mano, contando-me, disse que Germano sussurou:
– “Cideme, vá chamar o Ito e diga que a gente paga para ele para dar um ‘pau’ nesses caras”.
Veio me chamar. A casa ficava perto.
Colocou-me a par da situação e disseram que me pagariam bem. Pelo sim, pelo não, já fui pedindo o pagamento referente à parte dele.
Lá fomos e ao nos aproximarmos perguntei-lhe:
– “Quem é o valentão?”
– “Aquele grandão lá”, respondeu.
Aí meu mano recorda que já cheguei batendo, o cara caiu e chutei-o; no outro foi a mesma coisa e aí o terceiro saiu na disparada gritando:
– “Esse cara é louco! Ele é louco! Corram…”
E falei:
– “E se voltarem com turma, apanham mais…”
Ao virar-me, o Germano já estava com o dinheiro na mão para pagar, como quem diz:
-“Acho bom pagar logo…”
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