Morei na Penha por 31 anos e foram os melhores da minha vida. A região em que morei tinha o apelido de "Esmaga Sapo" tudo porque, quando chovia o número de sapos era tão grande que pisávamos nos bichinhos sem ver, já que as ruas não eram iluminadas e nem asfaltadas.
Bons tempos em que podíamos ser "criados na rua", jogando futebol, empinando pipa, bolinha de gude… Estudei no Carlos Escobar que ficava do outro lado da linha do trem e, no inverno, quando a neblina caía ficávamos ouvindo para ver se o trem estava perto e atravessávamos correndo.
Muitos fins de semana passamos nas piscinas do Clube Esportivo da Penha, nas noites de domingo íamos ao Massa Rara, quantos amigos…Café (fui padrinho de casamento), Nandão, Valmir, Pedrão, Bira…tanta gente.
Criamos o time de várzea que existe até hoje. Minha primeira namoradinha conheci ali, infelizmente ela não está mais entre nós, mas faz parte. Lagoa que nadamos Cine São Geraldo, passeava aos sábados à noite para paquera, meu primeiro emprego com 10 anos, na Guaiaúna, brigas com o pessoal da Rua Recife (hoje todos meus amigos)… ai ai, que saudades!
Depois, já mais "velho" frequentávamos a "Toco" na Vila Matilde, quantos porres no "Pilequinho" antes do baile. Minha satisfação depois de adulto e formado é que pude trabalhar em duas escolas do bairro, o "Nossa Senhora da Penha", o "Estadual" e o "Padre Antão", conhecido por "entra burro e sai ladrão". Enfim, hoje por vários motivos estou morando em Guarulhos, "logo ali do ladinho", mas estou sempre na Penha, já que minha mãe mora lá, mas, assim que puder, volto pra lá, pois pretendo viver ainda pelo menos o dobro da idade que tenho e, com certeza, boa parte na Penha.
E-mail do autor: [email protected]