Penha de 1961 a 1980

Tenho uns pequenos relatos que desejo compartilhar com vocês. Aos três anos de idade ingressei no Parque Infantil da Penha. Para quem não sabe, ele ficava na Avenida Amador Bueno da Veiga, após o cemitério da Penha. Com árvores frondosas, o prédio construído em madeira e atrás um campo de futebol. Lá entre as educadoras tínhamos as professoras Cleane Leda de Morais, Marines e outras mais.

Na rua do cemitério da Penha, paralela a Amador Bueno da Veiga, havia uma banca de pastel de uma japonesa muito legal. Na outra extremidade do cemitério ficava o ponto final do ônibus Penha/Lapa da CMTC. Dizíamos que o mesmo retornava como Lapa/Penha.

Estudei na Escola Estadual de Primeiro e Segundo Grau Barão de Ramalho no tempo do direto r Oliveira. Ficávamos em duas filas no pátio do colégio ouvindo os comunicados dele, proferidos em cima de um palco. A nossa querida professora Marina, que doçura de pessoa, era carinhosa com os alunos, uma verdadeira mãe.

O dentista daquela época, se não me engano o nome dele era o senhor Romeu, só pensava em arrancar dente das crianças, hoje os filmes em preto e branco de cientistas malucos faz-me lembrar do jeito dele, com aquelas seringas de anestesia em vidro, uma agulha enorme, avental branco, bigode, nossa! Que Deus o tenha.

No centro da Penha, tinha a estação rodoviária do ônibus Santa Rosa, nas cores amarelo e preto. Saiam da Penha e iam para Santos e São Vicente. Em São Vicente ele parava perto da biquinha.

Próximo a igreja velha da Penha havia um cinema. Quando o mesmo recebia os filmes do Mazzaropi (o grande xerife), as filas ficavam intermináveis.

Naquela época passavam na televisão as lutas livres, os chamados telequetes. Na Penha havia um feirante que diziam que era o “Fantomas” ou “Phantomas”, de vez em quando ela encarava o Ted Boy Marino. E por falar em televisão, quem se lembra da novela Irmãos Coragem? Um ano de exibição, é mole! Também tinha no centro da Penha a biblioteca. A basílica da Penha estava em construção naquela época.

No Clube Esportivo da Penha, praticávamos judô, o sensei era Orlando Shigueda, muito educado e humilde. De vez em quando o pai dele aparecia por lá para dar uma “surra” na molecada (brincadeira), ele tinha uns 70 anos e ninguém conseguia derrubá-lo. Ah! Valter Casagrande jogava futebol de salão na categoria infantil, quem teve a coragem de colocá-lo para jogar bola (brincadeira)? Quem sou eu para fazer esse tipo de análise.

Como era gostoso nadar no balneário e na piscina funda durante o dia e frequentar os bailinhos à noite. Quem não se lembra das discotecas após a apresentação dos filmes “Embalos de sábado à noite” e “Nos tempos da brilhantina”, os garotos tentavam dançar como o John Travolta e em dado momentos todos dançavam juntos seguindo uma sequência.

Eu adorava comer cachorro quente na lanchonete do Esportivo da Penha e não tinha dinheiro para outra coisa. Como eram bons os bailes de formatura, depois de certa hora começava o carnaval. Por falar em carnaval, no Esportivo da Penha eu não perdia um. Minha mãe era feirante, nossa eu adorava trabalhar na feira, nós nos divertíamos muito, enfeitávamos a nossa barraca, só para chamar a atenção.

Quem se lembra da linha de ônibus Penha/São Caetano do Sul? Caso me lembre de mais detalhes me comprometo em postar no futuro.

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