Nasci em São Paulo, trabalhei de Boy quando o metrô ainda estava em construção. Tive a oportunidade de caminhar pelo centro de São Paulo, saborear doces e frutas que eram vendidas no Anhangabaú, na Rua Direita, na Praça da Sé, por todos os lados. Hoje em dia os Boys são Motoboys, coisas do progresso, da pressa que acompanha o progresso dessa amada metrópole, onde os amigos chamam uns aos outros de "véio".
Uma das minhas recordações do tempo em que trabalhei de Boy é que diariamente eu tinha que ir ao aeroporto de congonhas levar e apanhar encomendas na "Varig Hora Certa". Eu trabalhava na Avenida 9 de Julho, caminhava até a Avenida Europa e apanhava um trólebus até a Avenida Paulista, esquina com a Rua Augusta, bem ali no edifício Nacional, onde eu apanhava um ônibus, da Gato Preto, que me levava até o aeroporto. Era uma maravilha, eu ficava minutos e minutos no mirante do aeroporto admirando as aeronaves e imaginando como seria maravilhoso um dia poder viajar de avião e, quem sabe, ser um piloto. Quando os pilotos, aeromoças e comissários desembarcavam, pareciam artistas de cinema com aquelas malas com rodinhas e uniformes impecáveis. Eu me deliciava com aquele ambiente do aeroporto.
Outra boa recordação é que eu tinha um radinho de pilhas e enquanto ia tomando banho e café da manhã ficava sintonizado no programa do Zé Bétio, ouvindo a hora e as mensagens que ele passava para os ouvintes, inclusive, ele sempre dizia "joga água nele; manhê, manhê; o trabalho dignifica o homens", coisas assim. Era um hábito bom dormir e acordar ouvindo o radinho de pilhas.
Poderia ficar digitando sobre minha querida São Paulo por horas, mas a saudades de São Paulo me emociona; fico meio sem palavras. Atualmente estou trabalhando em Pernambuco. Diariamente acesso os sites dos jornais de São Paulo para me conscientizar das boas notícias. São Paulo, te amo e agradeço aos meus genitores, onde quer que eles estejam, terem-me proporcionado a oportunidade de nascer nessa invejada metrópole.
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