Parecia o Pedro Malazarte

Sempre aprontando das suas. Já o mencionei em duas histórias postadas no SPMC. Pelas suas travessuras poderíamos até considerá-lo como sendo o "Pedro Malazarte". Como diz o nosso poeta cantor Roberto Carlos; esse cara é o "Macalé". Sim ele mesmo que trabalhava comigo no centro de Sampa na XV de Novembro, vindo de subúrbio e aprontando das suas nos vagões, desembarcando na Estação Júlio Prestes no Centro.

Havia uma sala destinada para os técnicos mecânicos, onde ficavam suas malas de ferramentas, manuais técnicos, armários e algumas mesas, onde, tomavam seu lanche (15 minutos) pela manhã, revisavam suas pastas e montavam seus itinerários para atendimento técnico nas agências. Nesses minutos de lanche é que acontecia de tudo que se possa imaginar. O nosso gerente Henrique comprava toda manhã a Gazeta Esportiva, já surrupiada e distribuída (os cadernos) entre eles, começando as fofocas e brincadeiras.

O nosso restaurante que ficava no décimo andar tinha um cearense baixinho, distribuidor dos lanches. Carregava no ombro uma cesta de vime (esses de padaria) com mais de 200 pãezinhos amigo da molecada (os técnicos). Largava a cesta em cima de uma mesa, logo se enturmando com os meninos, perdendo por lá uns 15 minutos, só indo embora para termino do seu trabalho na debandada dos técnicos. Um dia o Malazarte amarrou um barbante na alça do cesto e a outra ponta na perna de uma mesa. O cearense colocou o cesto no ombro, assim que saiu no tranco o cesto caiu esparramando a maioria dos pãezinhos no chão. Só depois que ele foi ver a maldade que havia feito, onde todos ajudaram a recolher os pãezinhos na cesta. (os outros setores comeram os lanches com algo a mais.

Quando vinha pão com manteiga, se cuide molecada. O dito cujo melecava a alça das pastas, e se por ventura alguma estivesse aberta, melecava os cabos das ferramentas. Picava o jornal velho em pedacinhos e jogava dentro da pasta de seus colegas, ao abrirem na agência era aquele fiasco. Dava bobeira com o seu lanche, ele colocava papel carbono no meio. Na época acredito que em todos os escritórios tinha um vidro de cola de muito uso por todos. Pois bem; você deixava o seu maço de cigarros em cima da mesa, ele apanhava, tirava os cigarros do maço e jogava cola no fundo, bingo. Um dia deram o troco nele. Um técnico foi contratado e saiu junto com o Malazarte para aprender o trabalho. Aproveitaram a perua dos técnicos de telefonia que iria deixá-los na agência, orientando o novo funcionário e não levar a pasta de ferramenta.

Apresentaram se ao contador e foram ver a máquina de telex para reparos. Disse o Malazarte, digo o Macalé; fulano pegue ai a chave de fenda ! Pegar onde? Na pasta! Que pasta? Ué você não trouxe a pasta? Não! É você quem deve trazer, eu ainda não tenho a minha, bingo. Acredito que por castigo ao fazer a instalação de uma tomada elétrica em uma agência, enroscou se todo com o par de fios provocando um estouro e por consequência desarmando o disjuntor do quadro de energia, deixando a agência toda no escuro. Perdão patrão foi sem querer; tudo bem, tudo bem, aguarde aí que estou providenciando um eletricista. De um pulo lá na copa e tome um copo de água com açúcar (as más línguas diriam, bem feito). Caro amigos, esse era o danado do Malazarte/ Macalé, que apesar de tudo era adorado por todos nós.

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