Todo sempre sorridente,
solicito e bem humorado.
Filho de latino americanos,
gente de coragem e aventureiros.
Chegava diariamente com mil desculpas
pelo atraso no trabalho,
lá no final da Brigadeiro Luiz Antonio.
Levava papéis para todo o lado.
Conhecia o pessoal como ninguém.
Era hábil no acesso,
desde a portaria
até o alto escalão.
Danado, sabia todo ponto frágil.
Com as garotas então, se dizia um Dom Juan!
Seu forte era conversar sobre tudo,
desde futebol, rock, dança, loteria,
últimas notícias e das suas artimanhas.
Certa vez entrou em uma sala de reunião vazia
e sentou-se na alta cadeira estofada,
com pose de executivo, imitava gestos,
falava com ar de seriedade no telefone,
depois ria das estripulias.
Não sei não, se era ele quem dava o tom
para escola de samba na avenida.