Nos já longínquos tempos de garotos que vivemos aqui no Brooklin, Parada Petrópolis, tínhamos um amigo que embora morasse no Brás, fazia com que seus pais o trouxessem quase todos os finais de semana, para participar do convívio do nosso grupo. Ele ficava na casa de seus tios, cujos primos faziam parte do nosso grupo de amigos inseparáveis. Seu nome era José Luiz, transformado em Zé Luiz.
Era tido como "meio espevitado" e todos o apreciavam e gostavam de sua companhia, principalmente nos folguedos que nas ruas de nosso bairro realizávamos. Certa ocasião, os tios de Luiz receberam uma ligação telefônica dos seus pais, informando que eles (pais) tinham acabado de receber um telefonema de uma pessoa que não havia se identificada informando que ele havia sido atropelado e estava hospitalizado e eles estavam preocupados, pois o mesmo estava passando o fim de semana com a nossa turma, aqui no bairro.
Como não estávamos nas proximidades, mas sim lá no campinho de futebol do antigo clube Indiano, no Brooklin, não souberam informar. Sequer sabiam onde estávamos. Foram na casa de meus pais, que tinham um Empório e era o ponto referencial do grupo. Também não souberam informar. Os familiares dele já todos preocupadíssimos, já tinham contatado até o Pronto Socorro de Santo Amaro e seus pais já estavam a caminho, quando o grupo já retornava para as respectivas casas.
Chegam os pais… Chegamos nós… Quase que simultaneamente. A alegria dos pais e parentes foi indescritível e até lágrimas surgiram de tanta alegria por vê-lo bem. E aí, depois da bonança, veio a tempestade…
Após as inevitáveis perguntas… Farsa descoberta, todos perceberam as "risadinhas" do grupo, conclusão:
Quem ligou não se sabe… Será?… Mas o mentor não teve dúvida quem fora… Após alegria, veio a reprimenda e um belo e dolorido puxão de orelha… Seus parentes todos que lá estavam quase que uníssono perguntaram: – Zé Luiz, por que você fez isso, menino? Ele respondeu: – Era para ver se vocês gostavam de mim…
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