O templo do rock vira brincadeira de criança

Quando eu era adolescente, nos anos 80, havia muitos lugares para ir ouvir música, mas um deles era especial na minha cabeça: a choperia do SESC Pompéia.

Longe da minha casa, no Itaim Bibi, a Pompéia era composta, na minha cabeça, por dois lugares: o Palestra Itália, que visitei muitas vezes com os primos palmeirenses, e pelo SESC; aquela antiga fabrica transformada em centro cultural que eu via nos domingos a noite na TV, com os melhores shows de rock paulistano, a Fabrica do Som. Era assim que eu imaginava o SESC, e assim a Pompéia ficou na minha cabeça por mais de 20 anos, até que, por um acaso, me mudei para uma casa no mesmo bairro.

Depois de tanto tempo, descobri lá outro tipo de atração: em seus espaços amplos e cheios de brinquedos o meu pequeno filho Alexandre descobriu o mundo; e com seu um ano de vida. Basta passar na frente daqueles portões que um dia foram derrubados durante uma briga entre punks e roqueiros; e ele é capaz de ficar horas entre livros, brinquedos e crianças ali.

Assim, aos poucos, o templo do rock, sinal de rebeldia na minha adolescência, já com seus sinais da idade, foi tomando seu lugar na minha família outra vez, mais calmo, mais sereno, mais definitivo.

E sei que um dia, sentados naquela choperia, eu e o Alexandre ainda vamos assistir a um bom show de rock juntos…

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