O restaurante do Gouveia

O Restaurante da nossa agência funcionava no décimo andar da Rua XV de Novembro. Esse prédio foi emendado com o que ficava na Rua Álvares Penteado, ficando com acesso de um ao outro em todos os andares. O da XV, os elevadores já eram daqueles modernos, sendo que, da Alvares Penteado eram aqueles elevadores antigo com a porta feito uma sanfona, que para fechar a porta fazia aquele “barulhão”, um desastre.

O serviço do nosso restaurante era "a La Carte" (é a expressão francesa para você fazer o pedido usando o cardápio do restaurante. Isso não existe, por exemplo, quando você come em um rodízio), onde trabalhavam dois garçons. Com o aumento significativo dos correntistas na época e o aumento de funcionários, já não comportava mais o restaurante funcionar dessa maneira, ficando por mais de quatro meses fechado para reforma, para adotar o famoso “bandejão” (diziam que era um método moderno inglês).

O banco fez um convênio com o restaurante "Gouveia" que ficava na Praça da Sé, famoso na época (acredito que muitos de vocês leitores o tenham conhecido). Tinha também sua filial, parece-me que na Vila Mariana. Uma delícia. Cada dia, a exemplo dos restaurantes da época, tinha um prato diferente: segunda-feira era "Virado à Paulista"; terça-feira era Bife á cavalo ou dobradinha; quarta-feira era a famosa Feijoada; quinta-feira espaguete à bolonhesa, lasanha (havia também a lasanha verde) ou risoto de frango; e sexta-feira era peixe ou bacalhoada.

Assim que o restaurante do banco voltou a funcionar, ficou a saudade desses pratos deliciosos, mas, vez por outra (quando saia o pagamento) lá estávamos comendo, principalmente nas quartas-feiras, a deliciosa Feijoada do Gouveia.

Um caso interessante é que não sei se foi o primeiro ou um dos primeiros prédios a ser implodido para unificação da Praça Clovis Bevilaqua com a Praça da Sé. E aí pessoal, vai uma feijoada acompanhada de um chope preto bem gelado com colarinho ou acham melhor uma tubaína!

E-mail: [email protected]