O Itaim Bibi cresce verticalmente, mas atrai tipos rasteiros

O que vou relatar em seguida serve mais como advertência, alerta mesmo, como uma das consequências desse boom imobiliário de vendas e compras ocorrido nos últimos anos na nossa região itahyense, além, é claro, da invasão e instalação de casas noturnas, bares, restaurantes e choperias, abertas sem qualquer adequação ou planejamento local, alterando drasticamente a qualidade de vida dos moradores ou mesmo de pessoas que por aqui transitam. <br><br>Brevemente, nas calçadas desses estabelecimentos, assistiremos fortes jorros horizontais de resíduos diversos. E o odor. Vai ser drástico.<br><br>Mas vamos ao fato objeto.<br><br>No ano passado quase que caí numa. Apareceu no bairro um sujeito de boa aparência e bem falante. Queria, dentre outras coisas, conversar com o presidente do Grupo Memórias do Itaim Bibi. <br> <br>Encontrou uma senhorinha, dona de uma banca de jornal. A mais antiga banca de jornal da região, instalada há mais de sessenta anos no mesmo local.<br> <br>Dizia ser neto de uma antiga família do bairro, que agora tinha vendido (a família) um grande terreno na Rua Pedroso Alvarenga, mas que ele queria aplicar o dinheiro na compra de apartamentos mais antigos. O interessante é que a área do terreno existia mesmo e tinha sido vendida recentemente<br> <br>Dentre outras interessantes conversas, o sujeito prometeu a outra moradora uma festa de aniversário, em uma das casas de shows do cantor Netinho. Dizia-se o principal empresário do artista.<br> <br>Marcou hora, data. Até acertou os comes e bebes. Tudo por conta dele. <br><br>A mulher, acreditando na comovente e generosa conversa, comprou roupas especiais para o evento. Vejam só o papo dele. Convenceu a senhora, dizendo que já a conhecia desde criança, da época do parque infantil etc.<br><br>O incrível é que, de cada pessoa que ele conversava, obtinha mais informações sobre o bairro e aí convencia mais pessoas.<br><br>Depois de uns dias, ele me encontrou. Foi na Biblioteca Anne Frank. Antes conversou com o pessoal do Teatro Décio de Almeida Prado do bairro. Afirmou ser o contato do Netinho etc. <br> <br>Comigo, queria que eu apresentasse para ele alguns dos meus amigos e pessoas que estavam vendendo apartamento.<br><br>Desconfiei da melosa conversa, pois moro há mais de sessenta anos e nunca o tinha visto. Na verdade eu não me lembrava da família dele.<br><br>Para me livrar, disse-lhe que eu não era corretor, solicitando-o a procurar as inúmeras imobiliárias do bairro. <br> <br>O sujeito, sempre com um bom papo, ficou perambulando no bairro por mais quatro ou cinco dias. Sempre muito amável.<br><br>De repente sumiu.<br> <br>Uma semana depois, saiu na TV Bandeirantes. "Preso em Santos/SP". Era um tremendo golpista super conhecido da polícia.<br><br>e-mail do autor: [email protected]