O guardanapo do nono

Meu nono era imigrante calabrês, morava conosco no bairro do Ipiranga, era querido e respeitado, sempre com os óculos no nariz e o cachimbo na boca, que linda lembrança do meu nono.

Uma vez por semana ele andava cinco quarteirões para comprar pão em uma padaria na Rua Lucas Obes.

Mamãe nunca deixou faltar seu fumo e seu copinho de vinho. Ele tinha um baú q trouxe da Itália, aonde guardava suas lembranças e roupas.

O vovô foi para a casa do Pai, e mamãe abriu o baú. No meio das roupas tinha um guardanapo bordado em ponto cheio. Ele deu de presente para a minha avó quando os dois namoravam, ele mesmo o tinha bordado.

Eu nos meus 10 anos fiquei emocionada e pedi pra minha mãe. No guardanapo estava escrito: “Tutta la note em sono me venite ditelo bella mia perche lo fate e se pensate a me guando dormite”.

O guardanapo ficou comigo por anos, se desmanchou de tão velho, mas as palavras continuam em meu coração.

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