De uns tempos para cá, a cidade de São Paulo, bem como outros centros urbanos, se deteriorou. Sorte da especulação imobiliária. Se num determinado lugar a paisagem já não é a mesma, hora de mudar. A mudança nos faz bem. Mas mudar por obrigação não compensa. Para isso, ter lugares aprazíveis depende-se do poder público e de pessoas interessadas em revitalizar a área.
São Paulo, creio, precisaria dessas ações. Dia desses fui a São Paulo e permaneci um dia. Alguém me convidou a ir e fui em um ônibus fretado de turismo participar da Feira da Madrugada e com um grupo de “sacoleiros”, melhor dizendo, eram microempresários fazendo suas compras de costume, no tal de bate e volta. Nas minhas lembranças e comentários de alguns “pessimistas”, felizmente são poucos. Diziam-me:
– Você faz 40 anos que não vê São Paulo, se vier para cá vai se desiludir.
A última vez que estive em São Paulo, se não estiver enganado, foi em 2008, no lançamento do livro, mais de mil memórias. Nesta viagem, conferi ponto por ponto. Examinei ruas, vias, fachadas das construções, estilo arquitetônico, caminhando pelas ruas, prédios antigos pixados. Não me importei. Mais tarde, descobri que parte dali pertencia ao bairro do Brás e do Pari, de história bem interessante.
Nosso ônibus ficou por ali estacionado no Terminal Turístico de São Paulo, próximo ao Mercadão da Cantareira, e que é fechado nos finais de semana, o terminal. Indicaram a Rua Santa Rosa, para compra de cereais, laticínios, para mim era um encanto ver ou rever as Avenidas Mercúrio e Senador Queiroz. Passamos também pela Praça do Coco, que deveria ser adotada por alguma instituição ou qualquer empresa. Dá a impressão de que as Subprefeituras, no caso a da Mooca, não tem tempo para isso. Conseguir um patrocinador.
Sobre o lixo. É um problema sério. Algum país que já teve a “cara de pau” de mandar seu lixo para cá; o lixo deve ser jogado na lixeira. Quando se trata de grandes quantidades, alguns até contaminam o meio ambiente, exigindo toda uma técnica para que não prejudique a natureza, quando se trata de lixos poluentes, químicos, tintas e plásticos, que leva 400 anos para diluir. O lixo pode ser reaproveitado, reciclado, quando pode: alumínio, ferro, aço, material de construção, madeiras. Bem aproveitado é uma “riqueza”. Papel reciclado auxilia no custo da produção sem necessidade de derrubar árvores que produzem fibras celulose.
O papel foi inventado na China no século II, mas durante mais de 1500 anos a matéria-prima mais comum para fazê-lo não era madeira, mas sim fibras de algodão extraídas de roupas velhas, panos e trapos. Falamos um português claro. Jogar lixo em qualquer lugar, fora do seu domínio da propriedade, deveria ser crime com multas e prisões. Temos desprezo por gente que atira seu lixo onde quer.
Neste mundo, temos que conviver com harmonia, entre rios, vales, montanhas, gramados, em nossas praias, na natureza. Sem cuidado a água da chuva vai encher e alagar onde não deveria. Os lixeiros, garis são uma classe de pessoas que devemos respeitar. Quando passam por nossa rua, faço questão de cumprimentá-los, considero-os “professores” da rede urbana e colaboram com a harmonia da natureza. Só cego que não vê, não os valoriza. Há pessoas que tem esse pensamento, dizendo:
– Jogo lixo na rua, para que os garis tenham emprego.
No trabalho de uma cidade, para mim se destacam os lixeiros, porteiros de edifícios, ascensoristas, vendedores de rua, taxistas, motoristas de veículos, vendedores do comércio, balconistas, auxiliares de serviços gerais e se tiverem cuidado com seu lixo, tanto melhor.
Quais políticos se preocupam com o lixo e para onde serão levados? É uma séria obrigação também deles, valorizar o cuidado das cidades, das nossas ruas e avenidas, limpeza dos “bueiros”, lixo na rua, jamais! Enquanto isso ocorre, cada um está no seu lugar, seja dentro das lojas, cuidando, confeccionado, produzindo riquezas para São Paulo e para o Brasil. Participe dos trabalhos em ruas. Procure sempre deixar vagas para plantar árvores, deixar sempre espaço para a água da chuva penetrar no solo.
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