Jockey Club, sempre Jockey Club

Em um dos dias que antecederam a corrida do Grande Prêmio Brasil, fiquei pensando em como o Jockey Club sempre fez parte da minha vida e como ele cresceu e acompanhou o desenvolvimento da cidade.

Comecei a freqüentá-lo com dez anos de idade, levado por meu pai e, a partir daí, nunca abandonei minha paixão pela corrida de cavalos, sempre colaborando com a organização das corridas.

Nessa época, o Jockey não tinha infra-estrutura alguma, nem ao menos, banheiro público; era terra para todos os lados. Até o acesso era dificílimo, mas nada desanimava os cavalos e torcedores.

Na minha juventude, as coisas melhoraram um pouco. Os cavalos nacionais como o Coliseu e a égua Sappho apareceram, o Prêmio São Paulo era um sucesso e os nossos jóqueis ganharam notoriedade internacional. Tivemos três campões mundiais para ninguém botar defeito. E mais os que foram para outras categorias também com sucesso.

Mas o hipódromo continuava aqui, com quatro pistas vivas aos finais de semana, novos talentos aparecendo, nova tecnologia se impondo, obras, dessa vez para valer, e finalmente o Grande Prêmio São Paulo acontecendo com sucesso, com competência, com vibração. Nós de São Paulo trabalhando tão bem, ou melhor, do que muitos dos hipódromos internacionais.

Vi de tudo no Jockey Club, mas dentre os grandes momentos, não consigo esquecer o dia em que, ainda muito jovem, dei de cara com o cavalo Xococó. Ele mesmo, Xococó, o primeiro super campeão em 1940, um quase deus para nós, bem ali na minha frente. Eu não podia acreditar… Xococó sendo preparado para o páreo e eu pude tocá-lo, enquanto ele cavalgava lentamente ao longo dos currais. Tenho amigos campeões que também me deram muitas emoções, mas o encontro com Xococó foi demais. Só mesmo no Jockey Club de São Paulo, só mesmo em São Paulo isso podia me acontecer.

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